Comissão quer investigar suposto caixa 2 de tucana
A bancada do PDT na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, composta por seis deputados, deve respaldar amanhã a proposta de instalação de CPI para investigar as denúncias contra a governadora do estado, Yeda Crusius (PSDB). A adesão dos pedetistas elevaria para 18 o número de assinaturas, o que significa a viabilização da CPI — que precisa de 19 signatários.
Pelo menos três outros parlamentares já sinalizaram que estão dispostos a apoiar a iniciativa, liderada pelo PT.
— Tendemos a assinar, não resta a menor dúvida, pois queremos a verdade — disse ontem o presidente regional do PDT, Romildo Bolzan Junior.
Entre as irregularidades apontadas no requerimento da CPI, está a suposta existência de caixa 2 na campanha eleitoral de 2006, quando Yeda se elegeu governadora.
O presidente interino do PSDB à época e responsável pelas finanças do partido, Bercílio Silva, disse ontem ter “plena convicção” de que os R$ 200 mil doados pela empresa fumageira Alliance One ao partido foram contabilizados.
Morador de Rio Grande, no sul do Estado, onde trabalha no Ministério da Agricultura, ele promete vir a Porto Alegre nos próximos dias para “esclarecer a questão ao Brasil”. A revista “Veja” mostrou o recibo da doação, que não aparece discriminada na prestação de contas da campanha e estaria “agrupada” com outros valores recebidos como doação.
A prestação de contas do PDSB de 2006 ainda não foi votada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) — o processo está com o relator, desembargador Sylvio Baptista Neto.
Em março, o Ministério Público deu parecer pela desaprovação das contas.