O México quer que os EUA liberem totalmente o tráfego de caminhões mexicanos, dando um passo a mais em suas exigências para terminar uma disputa comercial que começou esta semana com o vizinho.
O governo do México começou ontem a taxar uma série de produtos americanos como forma de retaliação à decisão de Washington de barrar o acesso parcial de caminhões mexicanos às estradas dos EUA. Agora, a vice-ministra da Economia do México, Beatriz Leycegui, disse que Washington “tem de abrir o setor [de transportes] completamente, como já são obrigados a fazer” pelas regras do tratado de livre comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês).
As novas tarifas afetam cerca de US$ 2,4 bilhões do comércio anual e incidem sobre 89 itens da pauta americana. Frutas e vegetais são os mais numerosos na lista. O país poupou as importações de auto-peças da Ford de também de produtos alimentícios da gigante Tyson Foods. A , ameaçou a dizendo que a lista de produtos pode crescer se a disputa não for resolvida.
O próprio ministro da Economia, Gerardo Ruiz, tachou a proibição americana de “errada, protecionista e de uma clara violação” ao Nafta.
A história começou quando, sob os termos dos Nafta, os EUA foram cobrados a garantir acesso total aos caminhões mexicanos em janeiro de 2000. Mas a resistência americana à ideia levou os parlamentares a adiar a abertura até que um programa piloto entrou em vigor em 2007 – só para um número limitado de caminhões.
Washington pôs fim ao programa na semana passada.
O Nafta prevê que o México pode impor tarifas como resposta ao veto americano aos caminhões vizinhos. “Nos bons tempos, a economia poderia estar apta a absorver esse tipo de coisa”, disse o republicano Dave Camp, de Michigan, Estado que será afetado pelas medidas mexicanas.