GABRIELA GUERREIRO da Folha Online , em Brasília Sem acordo entre governo e oposição, os lideres partidários da Câmara adiaram para a próxima terça-feira a definição sobre os projetos que vão entrar na pauta de votações da Casa Legislativa antes do período eleitoral. A base aliada do governo apresentou uma extensa pauta de prioridades, com 20 itens no total, mas a oposição pediu mais tempo para analisar os projetos prioritários para a Câmara este ano. Os líderes fecharam acordo apenas para votar hoje uma das quatro medidas provisórias que trancam a pauta de votação da Casa. O governo apresentou como prioridade a votação da reforma tributária, seguida pelo projeto que fixa cotas nas universidades públicas federais. Outras matérias como a PEC (proposta de emenda constitucional) do trabalho escravo e o projeto de reestruturação de cargos na administração federal também estão na pauta do governo. Os líderes prometem trabalhar até o dia 17 de julho, quando o Congresso entra em recesso, e retomar as atividades em agosto por três ou quatro semanas. Em seguida, trabalham por mais uma semana em setembro –quando entram em \”recesso branco\” (sem votações em plenário) até outubro para que os deputados participem das eleições municipais. \”É uma lista de projetos desconjuntada. Vamos refletir sobre ela, preparar a nossa lista e conversar. Não há hipótese de negociação pontual, mas sim de procedimentos. Se não evoluir, vamos ficar nisso, sem acordo\”, disse o líder do PSDB, deputado José Aníbal (SP). O deputado Henrique Fontana (PT-RS), líder do governo na Câmara, disse acreditar que haverá acordo com a oposição para que os projetos sejam votados nas duas primeiras semanas de julho, agosto e setembro. A prioridade do governo, segundo o líder, é concluir a votação da emenda 29 (que amplia os recursos para a saúde) com a criação da CSS (Contribuição Social para a Saúde). \”Queremos votar a CSS o quanto antes. No primeiro dia em que tivermos um quórum adequado, de mais ou menos 420 deputados, queremos votar. A lista reúne sugestões para um acordo mais amplo\”, afirmou Fontana. Vetos Os líderes fecharam acordo para realizar sessão do Congresso Nacional, nesta quinta-feira, para votar vetos presidenciais ainda não apreciados pelo Legislativo. O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), foi pessoalmente ao gabinete do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para negociar a votação dos vetos. Depois de quase três anos sem colocar em votação vetos presidenciais, o Congresso Nacional retomou em março a análise dessas matérias. No total, havia 996 vetos no início deste ano esperando a votação dos parlamentares. Desde agosto de 2005, o Congresso não realizava sessões plenárias para esse tipo de votação. Leia mais Sem acordo com os líderes, Chinaglia admite suspender recesso parlamentar Sem acordo, Câmara marca nova reunião para discutir eventuais votações antes do recesso Chinaglia já admite adiar para agosto conclusão da votação da CSS na Câmara Após recesso branco, Congresso retoma trabalhos antes de paralisar atividades Garibaldi defende votação de pauta mínima antes do recesso parlamentar de julho Com plenário vazio, aliados adiam novamente conclusão da votação da CSS na Câmara Livraria da Folha Livro ajuda a entender como funciona a república; leia capítulo Entenda os princípios do regime democrático Cientista traça perfil social e político da Câmara em livro Livro de Eugenio Bucci revela bastidores do poder em Brasília Especial Leia mais sobre a CSS Leia cobertura completa sobre o segundo mandato do governo Lula Navegue no melhor roteiro de cultura e diversão da internet