O candidato a prefeito do Rio de Janeiro Fernando Gabeira (PV) disse na noite desta segunda-feira que a Câmara Municipal do Rio de Janeiro tem uma maioria de vereadores envolvidos em assassinatos ou que recebem dinheiro para votar os projetos. Segundo ele, \”é pequena\” a parcela de legisladores municipais que não se enquadram em nenhuma das duas categorias.
A declaração foi feita durante debate sobre políticas culturais no Teatro Casa Grande, no Leblon (zona sul). Além do candidato do PV, participaram do evento os prefeituráveis Alessandro Molon (PT), Jandira Feghali (PC do B), Paulo Ramos (PDT) e Filipe Pereira (PSC). Ao responder uma pergunta sobre política tributária, Gabeira insinuou que os vereadores esperam receber propina para votar mudanças no ISS (Imposto Sobre Serviços).
\”Nós podemos e devemos reduzir o ISS das empresas de informática. O projeto está parado na Câmara de Vereadores porque eles querem dinheiro para votar. Esta Câmara dos Vereadores tem uma parte que recebe dinheiro, uma parte que não recebe dinheiro –que é pequena– e uma parte que é de matadores. Vamos ter que reformar essa política, senão a gente não vai a lugar nenhum\”, disse.
Questionado pela Folha Online sobre o que fazer para garantir governabilidade ou sanar o suposto problema da Câmara, Gabeira disse que \”é a sociedade e não eu que vou resolver\”.
O candidato prometeu governar com a opinião pública. \”Esse problema tem que ser sanado num processo político. Alguns matadores já estão sendo afastados. A tentativa do TRE de impedir que pessoas comprometidas entrem é importante. Para governar vou ver o quadro criado e utilizar a opinião pública e os mecanismos para garantir que isso seja feito.\”
Políticas culturais
Na discussão sobre políticas culturais, Jandira prometeu não exigir \”dirigismo\” de conteúdo ao apoiar os projetos. A candidata prometeu ainda democratizar e desconcentrar os bens culturais. Jandira ironizou ainda a proposta de \”prefeito síndico\” do adversário Eduardo Paes (PMDB). \”As pessoas reduzem o papel do comando dessa cidade. Você precisar administrar com competência, mas nós precisamos exercer a liderança política.\”
Molon comparou a situação do Rio à de Nova Orleans após a passagem do furacão Katrina –\”Nossa cidade está destruída pela falta de governo\”– e apresentou propostas de implantação de um Conselho Municipal de Cultura e de um Fundo Municipal de Cultura, garantia de 1% do orçamento municipal para o setor, editais para fomento às atividades culturais, recuperação da RioFilmes e da rede municipal de teatros.
Paulo Ramos prometeu que uma de suas primeiras medidas será tirar a concessão da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba) para o Carnaval. A entidade teve dirigentes presos pela Operação Furacão, da Polícia Federal, por envolvimento com jogos ilegais e corrupção.
\”Causa constrangimento a convivência do poder público com algumas das principais representações do crime organizado. Não é possível continuar com isso. Isso é falência do princípio da autoridade.\”
Filipe Pereira defendeu uma \”atenção especial\” à Lapa, que considerou uma \”Cidade da Música pronta\”. \”Nosso projeto para a cultura é que a prefeitura seja uma incentivadora e uma fomentadora para que a cultura da cidade seja enriquecida. Vamos continuar lutando para que o Rio volte a ser a capital cultural do país\”, resumiu.
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