A taxa de empreendedorismo entre os brasileiros é de 12%, a terceira mais alta entre os países que participam do G-20 (grupo dos países em desenvolvimento), conforme revelou pesquisa a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada ontem. A pesquisa é desenvolvida em mais de 60 países e tem o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) entre seus parceiros há nove anos.
Segundo o economista Marcelo Neri, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), a capacidade empreendedora do brasileiro será um elemento central para superar os efeitos da crise financeira internacional no país. “O brasileiro se acostumou com o fato de comer três vezes ao dia e não vai baixar o padrão de vida por conta de uma crise. Tudo leva a crer que as pessoas vão à luta para continuar consumindo”, afirmou.
Para Neri, o Brasil está em posição privilegiada, porque já está acostumado com crise e sabe lidar com adversidades. “Nós vivemos de crise em crise e aprendemos a sair bem de situações difíceis. Somos como o Ayrton Senna (tricampeão mundial de automobilismo, morto em 1994): corremos melhor na chuva.”
De acordo com a pesquisa, 80% dos empreendedores são capazes de gerar renda e emprego, 8% dos 12% de novos negócios surgem por oportunidade, e 4% por necessidade. Os números revelam ainda que 65% consideram que têm muita concorrência.
A pesquisa GEM-Sebrae mostrou ainda que 85% dos novos empreendedores não têm expectativas de exportação e 38% têm uma visão pessimista do negócio que estão iniciando.