A Embratel acaba de conseguir um dos primeiros empréstimos sindicalizados (com a participação de vários bancos) no mercado internacional deste ano. São US$ 200 milhões pelo prazo de vencimento em cinco anos. Segundo a Embratel informou por meio de sua assessoria de imprensa, os recursos serão utilizados na expansão de sua infra-estrutura de telecomunicações. Os juros pagos no financiamento são atrativos: Libor, a taxa interbancária de Londres, mais um spread de 2,8% ao ano.
Trata-se de um empréstimo sob o guarda-chuva do NIB (Nordic Investment Bank), também conhecido como empréstimo A/B. Nessa estrutura, a agência multilateral faz o empréstimo A, no caso US$ 50 milhões, e o empréstimo B é feito pelos bancos, no caso US$ 150 milhões. Mas o NIB aparece como credor oficial de toda a operação, reduzindo seu risco para os bancos. O NIB tem classificação de risco de crédito “AAA/Aaa”, a melhor possível, de acordo com a Standard & Poor’s e a Moody’s.
Além disso, os organismos multilaterais são credores preferenciais, os primeiros a receber no caso de moratória, e por isso reduzem o risco-país para bancos participantes, que dessa forma podem alocar menos capital na transação. O NIB é um organismo multilateral com oito países membros: Dinamarca, Estônia, Finlândia, Islândia, Lituânia, Letônia, Noruega e Suécia.
Do empréstimo B, participam o Société Générale, o Santander, o Nordea, o Natixis, o Calyon e o BBVA. “O empréstimo foi um sucesso, ainda mais considerando-se a crise atual”, afirma Paulo César Souza, diretor comercial do Société Générale. “O custo final para a empresa ficou baixo e apesar disso diversos bancos que queriam participar da transação acabaram ficando de fora”, de acordo com o executivo.
César Souza explica que a transação foi um “club deal”, no qual as instituições financeiras participam em condições de igualdade, sem banco líder distribuindo para os demais. Os bancos participantes recebem também todos as mesmas comissões . O Société Générale é que realizou as negociações entre a empresa e os bancos, explicou o executivo.
De acordo com ele, o Société Générale e o Santander foram os primeiros a negociar com a Embratel para realizar a transação, que então foi oferecida aos demais. Os dois bancos também foram, segundo o executivo, os que participaram com fatia maior no empréstimo B: US$ 35 milhões cada um. Os demais bancos entraram com uma participação de US$ 20 milhões cada.
Segundo o NIB, a Embratel vai usar os recursos para comprar tecnologia da Nokia Siemens Networks. “A Embratel sempre sai à frente quando se trata de introduzir novas tecnologias no mercado brasileiro”, afirma o NIB, em nota.
“Para a indústria de equipamentos de telecomunicações nórdica, a Embratel é importante estrategicamente como cliente das áreas de pesquisa e desenvolvimento”, diz. A instituição argumenta ainda que, ao tomar parte do financiamento, está fortalecendo a competitividade internacional dos fornecedores de equipamentos nórdicos.