Os líderes partidários já começaram a indicar os deputados que deverão integrar a Comissão Especial de Exame e Avaliação da Crise Econômica. A comissão, que terá um total de 17 parlamentares titulares, foi criada pelo presidente da Câmara, Michel Temer, também para apresentar projetos de lei e propostas de ações ao Executivo no combate à turbulência econômica.
O deputado Edmilson Valentim (RJ), indicado pelo PCdoB para integrar a comissão, quer maior atenção para medidas que garantam o emprego e a distribuição de renda justa em tempos de crise. \”O Parlamento já tem dado a sua contribuição, sabiamente, ao aprovar as propostas do Executivo que facilitam a vida dos setores produtivos e da população\”, afirma.
Investimentos
O PPS pretende combater os efeitos no Brasil da crise financeira por meio do aumento dos investimentos públicos, sobretudo para a construção civil, agricultura e serviços, como o turismo.
Além disso, o representante do partido na comissão, deputado Arnaldo Jardim (SP), quer fazer um acompanhamento rigoroso dos resultados das medidas já implementadas contra a crise. \”Aprovamos a MP 442/08, que liberava recursos de incentivos a empresas de crédito imobiliário\”, lembra. Jardim diz que, apesar de o prazo de vigência da MP estar próximo de terminar, só foram efetivamente liberados R$ 50 milhões dos R$ 3 bilhões aprovados.
Quanto ao sistema financeiro, Jardim sustenta que as decisões do governo devem ser efetivamente cumpridas. \”Compulsórios foram liberados aos bancos, mas isso não significou nenhum incremento da disponibilidade de crédito\”, critica.
Outras indicações
O PSB indicou para a comissão o deputado Ciro Gomes (CE), ex-ministro da Fazenda. O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro (PE), é o deputado indicado pelo PTB.
O deputado Albano Franco (PSDB-SE), ex-presidente da CNI, também vai integrar a comissão e pretende sugerir a participação de economistas como o também ex-ministro da Fazenda e ex-deputado Delfim Netto. \”Devemos discutir tudo que evite a recessão no País e que defenda a indústria nacional\”, ressalta.
Quanto ao desaquecimento da economia, Albano Franco avalia que o País deverá conviver com ele, pois será um problema temporário: \”Mas conviver com a recessão, não, porque o País não a suporta; primeiro, porque temos uma população jovem, e depois porque temos uma seguridade social muito precária.\”