Após oito meses, BC volta a comprar dólar
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12 de maio de 2009Stephen Friedman, presidente do conselho diretor do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) de Nova York, que pediu demissão na semana passada, decidiu antecipar sua saída para evitar um possível conflito de interesses, por conta de suas ligações com o Goldman Sachs Group. O executivo só deixaria o cargo no final do ano. No entanto, a polêmica gerada pelo fato de ele continuar a ser diretor do conselho administrativo do Goldman Sachs, somada à compra de ações que fez, antecipou sua saída. Friedman é ex-presidente do Goldman. O incidente pode provocar um exame mais minucioso por parte do Congresso dos 12 bancos regionais do Fed e da nomeação de seus presidentes, que opinam sobre decisões de política monetária dos EUA e que não são submetidos a confirmação pelos parlamentares.
“Vai ser um terreno muito ardiloso”, disse Gregory Hess, professor de economia da Faculdade Claremont McKenna em Claremont, Estado norte-americano da Califórnia. “Pelo menos por algum tempo”, o banco central vai “desejar pessoas que estão acima de qualquer suspeita em relação a qualquer tipo potencial de tendenciosidade”, disse ele.
O Goldman Sachs se tornou um banco comercial em setembro, mudança que normalmente teria impedido Friedman de se manter no cargo no Fed de Nova York. As autoridades fizeram uma concessão para que ele pudesse permanecer no cargo, principalmente de caráter consultivo. Friedman, 71, não comentou o assunto. Ele foi diretor do Conselho Econômico Nacional no governo de George W. Bush entre 2002 e 2004, e presidiu o Conselho Consultivo de Inteligência Exterior de Bush. “Apesar de eu ter cumprido as regras, a minha continuidade no conselho do Fed em Nova York está sendo, erroneamente, caracterizada como inadequada”, disse Friedman em carta às autoridades do Fed postada na quinta passada no site da instituição. O BC “tem um trabalho importante a fazer e não precisa dessa perturbação”.
Thomas Baxter, chefe do departamento jurídico do Fed de Nova York, disse que as compras de ações do Goldman Sachs, feitas por Friedman em dezembro e janeiro, “não violaram qualquer estatuto, regra ou política do Federal Reserve”. O senador republicano Richard Shelby, da Comissão de Bancos do Senado, disse que a compra de ações por Friedman é “profundamente perturbadora”, segundo um artigo publicado no Wall Street Journal.
