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18 de abril de 2024Apesar de ter subido cinco posições e estar ocupando o 53º lugar no ranking geral do Relatório Global de Competitividade 2011-2012,
a burocracia, a falta de mão de obra especializada e problemas de
infraestrutura ainda impedem o Brasil de alcançar um lugar mais alto
entre os países mais competitivos do mundo.
O diretor presidente do Movimento Brasil Competitivo (MBC), Erik Camarano, entidade que ajudou a fazer o ranking do Fórum Econômico Mundial no Brasil, disse hoje (7) à Agência Brasil
que o resultado deste ano foi muito positivo para o país, mas lembrou
que o governo ainda precisa investir muito em infraestrutura e diminuir a
corrupção e a burocracia para se tornar mais competitivo e atrair um
volume maior de investimentos.
“Pioramos a avaliação na infraestrutura do ano passado para cá. Os
únicos indicadores de infraestrutura que melhoraram foram de telefonia
fixa e celular. Os outros todos, especialmente de transportes, mostraram
uma piora no ranking. Isso reforça um tema que a gente tinha
levantado no ano passado que é a importância do investimento em
infraestrutura para garantir que ela não seja um gargalo para a
competitividade brasileira”, disse Camarano.
Segundo ele, apesar dos investimentos em infraestrutura em função do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do pré-sal e de eventos
como as Olimpíadas e a Copa do Mundo, o ritmo desse processo ainda é
lento. Ele também destacou dois complicadores: o valor do frete, o dobro
do valor dos Estados Unidos, e a alta concentração do modal rodoviário.
“A matriz de transporte brasileira tem quase 60% em rodovias. Isso tem
custo ambiental, de asfaltamento e de conservação altos, e a mudança
desse modal só vai ocorrer quando conseguirmos investir nos outros
segmentos e investir em intermodalidade, ou seja, investir em polos que
possam fazer essa integração de cargas”, declarou.
Entre os itens mais bem avaliados da economia brasileira no ranking estão o tamanho do mercado consumidor (oitavo no específico), segurança
dos bancos (16º) e disponibilidade de serviços financeiros (25º).
“Em vários pilares está tendo avanço. Não há nenhuma questão com
relação à condução da economia brasileira: estamos na direção correta,
ou seja, tem a garantia da estabilidade de preços e da inclusão social.
Foi uma estratégia consistente do ponto de vista macro. Mas o que existe
hoje é uma discussão quanto à velocidade desse crescimento. Para
fazermos o salto e pegarmos alguns atalhos para sermos mais rápidos,
precisamos investir naqueles fatores que geram um ambiente mais inovador
e competitivo para o país”, destacou.
Além dos problemas em infraestrutura, Camarano também ressaltou como
aspectos negativos a burocracia para abertura e fechamento de empresas
no país e para a concessão alvarás de funcionamento e o aparecimento,
pela primeira vez no ranking, da questão da falta de
profissionais nas áreas de engenharia e de ciências aplicadas. “Hoje, no
Brasil, estamos formando cerca de 5% ou 6% do universo de estudantes
que saem dessas áreas, enquanto que a China tem 25% de estudantes saindo
de engenharia”.
Os resultados do relatório mostraram ainda que a competitividade nas
economias desenvolvidas se manteve estagnada nos últimos sete anos e
melhorou em muitos mercados emergentes. Entre o Brics (grupo formado por
Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul), a China continua na
liderança, subindo um posto e ocupando a 26ª posição. “A China tem
consistentemente, ano após ano, melhorado a posição no ranking e
a nota de competitividade”, disse Camarano, lembrando que isso se deve,
principalmente porque o país adota uma política de investimentos
agressiva e porque tem investido muito em formação científica e em
inovação. Em seguida aparecem a África do Sul (50ª), o Brasil (53ª), a
Índia (56ª) e Rússia (66ª).
A primeira posição do ranking geral continua ocupada pela
Suíça, seguida por Cingapura, Suécia, Finlândia, Estados Unidos,
Alemanha, Noruega, Dinamarca, Japão e Reino Unido.
A queda no ranking de países como a Alemanha (perdeu uma
posição), França ( três posições, ocupando agora o 18º lugar) e Grécia
(que teve queda expressiva e passou a ocupar a 90º lugar) demonstram,
segundo Camarano, a dificuldade que eles têm em dar “uma resposta rápida
e consistente do ponto de vista de política pública”.
Quanto aos Estados Unidos, que passou de quarto para quinto lugar,
Camarano disse que o problema tem relação com a lenta recuperação
econômica. “A preocupação no governo americano é mais com a lentidão de
resposta e a dificuldade de articulação entre a Casa Branca e o
Congresso para o desenho de uma política consistente a fim de atacar o
déficit público”.