O Tribunal de Contas do Município (TCM) investiga empresa contratada para fazer o atendimento telefônico da Prefeitura de São Paulo. A administração municipal pagou para Call Tecnologia e Serviços Limitada R$ 26,5 milhões por atendimentos que nunca foram feitos, como mostrou o Bom Dia São Paulo.
Em um período de dois anos, foram encontradas 20 irregularidades nos pagamentos que a administração municipal fez. Entre janeiro e junho de 2014, a empresa recebeu R$ 34,2 milhões pelos atendimentos, mas apenas 22% desse valor foi usado corretamente.
A Prefeitura paga por cada hora que computadores dos atendentes ficam ligados ao sistema e esse número de horas foi 300% maior que o de horas faladas (quando algum funcionário estava de fato atendendo às ligações).
Os auditores do TCM também avaliaram a qualidade do serviço. Pelo contrato, todo telefonema tem que ser atendido. Em fevereiro, no entanto, das 1.414.747 ligações recebidas apenas 658.984 foram atendidas. A empresa não apresentou nenhum relatório que detalhe as falhas do 156 e não explicou quais foram os problemas. O TCM disse que não há previsão para o julgamento desses processos
A empresa Call Tecnologia e Serviços Limitada disse ao Bom Dia São Paulo desconhecer as investigações e afirmou que apenas prestou informações requisitadas pelo TCM. A empresa disse ainda que todos os procedimentos internos dela seguem padrões de qualidade com certificações internacionais e nacionais.
Já a Prefeitura disse ter feito ajustes depois de investigação feita pela Controladoria Geral do Município, mas não detalhou o que foi feito. A administração declarou também que monitora diariamente a qualidade do serviço dentro da empresa.
A equipe de reportagem do Bom Dia São Paulo fez pedidos de intervenções simples pelo atendimento 156. Em 22 de maio, foi pedido que o mato fosse cortado na Praça Cardeal Cerejeira, em São Mateus, Zona Leste. O atendente pediu 40 dias para que o serviço fosse feito. A poda foi feita um dia depois desse prazo.
Na Rua Sargento Melo Alves da Costa, na Vila Maria, na Zona Norte, a calçada estava interrompida por mato e lixo. O serviço foi feito no prazo previsto, de dois dias, mas o resto de mato e o entulho permaneceram na calçada, impedindo a passagem de pedestres.
Já na praça Comendador José Gonzales, na Vila Formosa, na Zona Leste, foram deixados lixo orgânico e entulho havia cerca de seis meses. Em 22 de maio, o prazo dado pela atendente para solucionar o problema foi de dois dias. Uma semana depois o serviço ainda não tinha sido realizado e um novo prazo de três dias. Nesta segunda-feira (2), o atendimento não foi feito.