A Federação Europeia de Bancos (EBF) advertiu nesta sexta-feira que a
decisão do Banco Central Europeu de levar uma das taxas de juros a
território negativo, uma medida que considera principalmente simbólica,
pode repercutir nos clientes.
O BCE baixou na quinta-feira as principais taxas de juros e a taxa de
depósitos dos bancos caiu a -0,10%, ou seja, as entidades terão que
pagar para guardar seu dinheiro na instituição europeia, uma medida para
incitá-las a conceder créditos.
“As taxas de juros negativas, embora seja (uma decisão) histórica, é
principalmente simbólica”, comentou um dos diretores da EBF, Robert
Priester, que considerou que “o impacto que terá não está claro”.
Mas, “como bancos, não compartilhamos o entusiasmo pelos juros
negativos”. “Pode-se dizer que penaliza os bancos que guardam seu
dinheiro no BCE” e “está comprovado que as taxas negativas afetam a
rentabilidade do setor bancário”, segundo Priester.
Por isso, “os efeitos podem ser duradouros”, adverte Priester, que
não acredita que as taxas negativas possam fomentar o crédito.
“A demanda de crédito continua sendo insuficiente e os mercados
financeiros da Eurozona continuam muito fragmentados, o que pode ter
como consequência que os custos sejam pagos pelos clientes”, advertiu.