O Itaú Unibanco informou nesta terça-feira que teve lucro líquido de R$ 3,426 bilhões no primeiro trimestre, queda de 2,95% na comparação com o mesmo período de 2011 e retração de 6,93% ante o quarto trimestre do ano passado. A instituição trabalha com a maior taxa de inadimplência em mais de dois anos, em meio a um cenário de redução dos juros bancários.
Já o lucro líquido recorrente (excluindo ganhos e perdas extraordinárias), atingiu R$ 3,544 bilhões entre janeiro e março, redução de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 5,4% frente ao trimestre anterior.
“Essas reduções devem-se ao continuado cenário de aumento da inadimplência na economia brasileira que impacta a qualidade do crédito”, informou no comunicado.
Os pagamentos com atraso acima de 90 dias atingiram 5,1% do total de empréstimos, crescendo 0,2 ponto percentual em relação a dezembro de 2011 e 0,9 ponto percentual em relação a março do ano anterior. A taxa é a maior desde dezembro de 2009. No caso do consumidor pessoa física, a inadimplência ficou em 6,7%, pior resultado desde março de 2010, quando ficou no mesmo nível.
Preocupante, o dado sinaliza que será difícil para as instituições financeiras, especialmente as privadas, reduzir agressivamente os juros e elevar a oferta de crédito no país, como propagam Banco do Brasil, Caixa Econômica e o governo Dilma.
A carteira de crédito, incluindo operações de avais e fianças, alcançou o saldo de R$ 400,519 bilhões em 31 de março, com acréscimo de 0,9% em relação ao saldo do quarto trimestre de 2011 e de 16,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
No segmento de pessoas físicas, os destaques no trimestre foram as carteiras de crédito imobiliário e de crédito pessoal, com evoluções de 8,5% e 6,5%, respectivamente.
Entre pessoas jurídicas, houve crescimento de 1,1% no trimestre.
Os ativos totais do Itaú Unibanco somaram R$ 896,8 bilhões entre janeiro e março, alta anual de 15%, enquanto o retorno sobre patrimônio líquido médio anualizado caiu de 22,7% para 19,3% em 12 meses.
BRADESCO
O Bradesco, primeira instituição a divulgar os resultados, anunciou ontem que registrou lucro líquido de R$ 2,793 bilhões no primeiro trimestre deste ano, alta de 3,4% em relação ao mesmo período de 2011.
A instituição também trabalha com inadimplência alta. Os pagamentos com atraso acima de 90 dias atingiram 4,1% do total de empréstimos –6,2% no caso do consumidor pessoa física. Só perdem para os 4,4% de inadimplência geral em março de 2010 e de 6,3% ao consumidor, visto em junho de 2010.
A carteira de crédito cresceu 14,6% nos três primeiros meses do ano e chegou a R$ 350,831 bilhões, puxada principalmente pelas operações voltadas às empresas, que cresceram 17,1%, mas o banco também viu a inadimplência aumentar.