A Polícia Federal realiza a chamada “operação-padrão” nos principais aeroportos do país nesta quinta-feira. Com isso, os agentes verificam, um a um, se os passageiros têm impedimentos criminais e/ou judiciais para deixar o Brasil, algo que normalmente ocorre por amostragem.
Com a operação, pode haver problemas aos passageiros que embarcarem em voos rumo ao exterior, podendo haver filas, especialmente nos aeroportos mais movimentados, como Cumbica, em Guarulhos (Grande SP). Por conta disso, as empresas aéreas orientam os passageiros a chegar mais cedo aos aeroportos.
O tempo que cada passageiro leva para passar na imigração deve quadruplicar, estima o sindicato dos policiais federais em São Paulo; em vez de de um minuto e meio, serão até seis minutos.
A operação-padrão e possíveis protestos devem acontecer de forma diferente em cada Estado. Em São Paulo, a operação acontece apenas em Cumbica, onde o movimento ainda era tranquilo por volta das 8h30.
A inspeção das bagagens submetidas ao raio X está sendo acompanhada pelos agentes, que podem pedir para o passageiro abri-la; atualmente, terceirizados da Infraero desempenham a função e os agentes só observam.
TERCEIRIZAÇÃO
A federação dos policiais federais argumenta que a terceirização de funções pela Polícia Federal é excessiva e deveria ser corrigida pela contratação de servidores, por meio de concursos.
Em Cumbica, por exemplo, uma empresa contratada faz a checagem dos passaportes; os policiais monitoram e só atuam se houver problema.
Um terceirizado ganha menos de R$ 1.000 mensais; um agente, R$ 7.500, na média.
O Tribunal de Contas da União deu até o final do ano para a PF acabar com os terceirizados na imigração.
A Polícia Federal sustenta ter aval do TCU para manter os terceirizados e que a situação se justifica para dar mais rapidez e conforto aos passageiros que embarcam. Eles apenas registram a entrada e a saída das pessoas do país, segundo a PF. Fiscalizar e decidir quem entra e quem não entra no país continua uma atribuição dos policiais, diz.
A instituição não se manifestou sobre a operação padrão. Uma assembleia da categoria acontece na semana que vem. Entre as possibilidades está a de haver greve.