Um dia após o governo federal captar recursos a uma taxa histórica, a
Vale anunciou uma emissão de bônus no exterior. A Vale Overseas Ltd.,
subsidiária da Vale, emitiu US$ 1 bilhão em notas de 10 anos com cupom
de 4,375%. Os títulos foram colocados ao preço de 98,804% do valor de
face, com spread de 255 pontos-base acima dos títulos do Tesouro dos EUA
e taxa de retorno de 4,525%.
A emissão foi coordenada por Citigroup Global Markets, HSBC
Securities, JPMorgan Securities, BB Securities e Banco Bradesco BBI. O
dinheiro não está carimbado para nenhum projeto específico. Seu destino é
reforçar o caixa da empresa nesse momento de maior incerteza em torno
da economia mundial.
A Vale deve trabalhar este ano com preço médio do minério de ferro
mais baixo, o que tende a reduzir a geração de caixa da mineradora em
2012. Nada que acenda um sinal de alerta, na opinião de analistas.
A captação da Vale foi bem avaliada por agências de classificação de
risco e recebeu ratings A- (Standard & Poor’s), Baa2 (Moody’s) e
BBB+ (Fitch).
Tesouro
Na captação de recursos no mercado internacional realizada nos
últimos dois dias, o desempenho dos papéis do Tesouro surpreendeu, já
que o Brasil superou o recorde de juro baixo. Em um mercado com pouca
oferta, o Brasil se comprometeu a pagar taxa anual de 3,449% com
vencimento em 2021, em dólar.
Esse foi o menor porcentual da história das emissões brasileiras. Com a oferta, o Brasil conseguiu arrecadar US$ 825 milhões.