O aumento de R$ 77 do salário mínimo vai causar um gasto extra anual
de R$ 19,8 bilhões à Previdência Social, de acordo com um estudo feito
pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese) e divulgado hoje (27).
O custo para a Previdência, contudo, é menor do que o aumento da
arrecadação de impostos que o novo salário mínimo trará. Segundo o
Dieese, devido ao crescimento do consumo consequente da alta do piso
salarial, a arrecadação de impostos subirá em R$ 22,9 bilhões em 2012.
Os beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
representam, de acordo com o levantamento, a maior parte dos brasileiros
diretamente beneficiados com o aumento do piso salarial. Das 48 milhões
de pessoas que têm sua renda vinculada ao valor do salário mínimo, 19,7
milhões (41%) são aposentados ou pensionistas.
O grande número de beneficiários faz com que cada R$ 1 de aumento no
salário mínimo signifique mais R$ 257 milhões no gasto anual da
Previdência Social. Como no dia 1º de janeiro o piso nacional passa de
R$ 545 para R$ 622, o custo anual deste aumento para o INSS será R$ 19,8
bilhões.
Ainda de acordo com o Dieese, o aumento de 14,1% no salário mínimo
fará com que o poder de compra do piso alcance o nível mais alto em mais
de 30 anos. Levando-se em conta o valor da cesta básica apurado em
novembro pela entidade (R$ 276,31), o novo piso poderá comprar 2,25
cestas. A maior quantidade registrada desde 1979. Atualmente, um salário
mínimo equivale a 2,03 cestas básicas.