A família do senador e ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento
(PR) tem negócios em áreas bem diversas em Manaus (AM) e uma facilidade
para se aproximar dos cofres públicos.
A mulher do ex-ministro, Francisca Leônia de Morais Pereira, chamada
de “dona Leo” nas colunas sociais, tem lojas de perfumes e maquiagens
importadas. Mas ficou mais conhecida como a dona de uma recauchutadora
de pneus, a Vulcanização Tarumã Ltda. Durante o período em que
Nascimento foi prefeito de Manaus (1996-2004), a empresa de “dona Leo”
detinha um contrato especial: era a empresa dela que cuidava dos pneus
da frota de ônibus da cidade.
O contrato com a Tarumã está sendo investigado até hoje pelo
Ministério Público Estadual. Em 2001, o contrato também foi alvo de uma
tentativa de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal
de Manaus. Essa e mais outras três tentativas de CPIs para investigar a
gestão de Nascimento na prefeitura foram derrotadas. No início do ano
passado, o Ministério Público Estadual solicitou à 2.ª Vara da Fazenda
Municipal um levantamento dos bens patrimoniais da família do ministro.
Além dos negócios da mulher, o filho do ministro, Gustavo Morais
Pereira, frequenta desde 2009 o noticiário e ocupa os procuradores do
Ministério Público em investigações inconclusas até hoje. Gustavo é
proprietário de uma empresa cujo patrimônio saltou de R$ 60 mil para R$
52,3 milhões em seis anos.
A Forma Construções, da qual Gustavo, de 27 anos, é sócio, tem
negócios com a SC Carvalho Transportes e Construções, beneficiária dos
recursos do Ministério dos Transportes. Em 2007, a SC recebeu cerca de
R$ 3 milhões do Fundo da Marinha Mercante, administrado pelos
Transportes. No mesmo ano, repassou R$ 450 mil ao filho do ex-ministro.
Em 2008, os pagamentos do Fundo Mercante para a empresa foram de R$ 4,2
milhões.
Terceiros. A SC está em nome de Marcílio Carvalho e
Claudomiro Picanço Carvalho. Em 2006, antes do contrato com o Fundo
Mercante, Picanço doou R$ 100 mil para a campanha de Nascimento ao
Senado, segundo registro no Tribunal Superior Eleitoral. O empresário
repassou R$ 12 para o então PL, hoje PR.