O Brasil quer mudar o padrão internacional adotado atualmente para o câmbio e, para isso, gostaria de obter o apoio da China nos fóruns multilaterais, como o G-20 financeiro, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo. A proposta foi feita nesta segunda-feira ao ministro do Comércio daquele país, Chen Deming, em um encontro com os ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Segundo Pimentel, a ideia é que se estabeleça uma cesta de moedas nas operações comerciais.
– Não justifica mais, no século XXI, termos o mesmo padrão criado no século passado – disse o ministro do Desenvolvimento.
Referindo-se à desvalorização de algumas moedas frente ao dólar, sem citar nominalmente o yuan, Pimentel acrescentou:
– O câmbio para os países emergentes é um problema grave
Perguntado sobre o assunto, Chen Cheming desconversou. Reconheceu que a desvalorização do dólar e a consequente valorização do real causa problemas de competitividade ao Brasil, “o que gera pressões na economia e insatisfação”. No entanto, observou que se trata de uma questão de longo prazo e que o tema será analisado e discutido pela área econômica do governo chinês, mais especificamente o Ministério da Fazenda e o Banco Central do país asiático.
– Vamos dar importância a esse assunto e estudá-lo. Uma das formas de ajudar o Brasil foi aumentar as importações, mas o câmbio não foi um assunto sobre o qual nos preparamos para a ocasião. Conversaremos de forma detalhada na reunião do G-20 – disse o ministro chinês, completando:
– Temos que ver, primeiro, o ponto de vista do FMI (Fundo Monetário Internacional) em relação aos direitos dos países em desenvolvimento.