A Petrobrás está com o cronograma apertado para poder cumprir sua meta de produção este ano, estimam analistas do setor. Apesar dos dados de produção da companhia já divulgados abrangerem apenas os três primeiros meses do ano, analistas estimam que a companhia teria que manter uma média de 2,12 milhões de barris por dia entre abril e dezembro para atingir a meta de média diária em 2011, de 2,1 milhões de barris.
A meta pré-estabelecida é a mesma do ano passado e que não pôde ser atingida por um número maior de paradas não-programadas de plataformas e contratempos na entrada em operação de poços que deveriam ter sido conectados às unidades já em produção. A Petrobrás não cumpriu sua meta de produção nos últimos três anos e para 2011 decidiu estabelecer um patamar mais conservador.
Para o analista do Banco do Brasil, Nelson Rodrigues de Matos, o cumprimento da meta está mais próximo do que em 2010, mas não tem uma larga margem de vantagem como era de se esperar. O aumento de 1% no volume de produção nos campos nacionais entre fevereiro e março, destacou o analista, decorreu do retorno à produção de plataformas que se encontravam em manutenção, e da entrada em operação do Teste de Longa Duração (TLD) do campo de Sidon, na Bacia de Santos.
Ele destacou que é importante ter sido registrado este crescimento nos primeiros três meses do ano, período em que há uma concentração maior de paradas programadas em plataformas devido à sazonalidade do trimestre, que implica em redução da demanda. Ele também destacou a paralisação da produção do Teste de Longa Duração na área de Guará (Bloco BM-S-9), na Bacia de Santos para manutenção da plataforma, reduzindo a produção diária em cerca de 17 mil barris por dia.
Para incrementar a produção da companhia em 2011 são aguardados tanto o aumento da produção do FPSO Cidade de Angra dos Reis, Piloto de Tupi/Lula, que tem capacidade nominal de 100 mil bpd e deve atingir a 75 mil bpd no final do ano; e a conexão de novos poços no FPSO P-57 (campo de Jubarte, com capacidade para 180 mil bpd). Além disso, para julho está prevista a entrada da semissubmersível P-56, no campo de Marlim Sul, com capacidade para 100 mil bpd.
Também iniciarão as atividades outros projetos menores: os Testes de Longa Duração para o Lula Nordeste (30 mil bpd), Carioca Nordeste (30 mil bpd), Cernambi (30 mil bpd) e Aruanã (15 mil bpd). “É fundamental a manutenção do cronograma de produção dessas unidades, objetivando não só aumentar o volume atual, mas também compensar o declínio natural da produção”, comentou Matos.
Quanto ao gás natural, ele destaca que o crescimento deverá ser impulsionado pelos projetos de gás não associado, notadamente os campos de Mexilhão (15 milhões de m3/dia) e Uruguá-tambaú (10 milhões de m3/dia). No entanto, a produção estará condicionada à capacidade do mercado interno em absorver esses volumes adicionais, bem como o início das atividades operacionais do gasoduto GASTAU (Caraguatatuba Taubaté).