Medida foi interpretada como mostra de que Dilma manterá política de Lula de apoiar reivindicação de Ilhas Malvinas por Argentina
O governo britânico confirmou que o Brasil se recusou a deixar o navio HMS Clyde, que estava a caminho das Ilhas Malvinas, atracar em um porto no Rio de Janeiro. Essa foi a primeira vez que o Brasil rejeitou que um navio britânico atracasse em tais condições, informou nesta terça-feira a imprensa britânica.
Um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores disse: “Podemos confirmar que o HMS Clyde havia planejado fazer uma parada de rotina no Rio de Janeiro no início de janeiro. O Brasil não deu autorização dessa vez. Respeitamos o direito do Brasil de tomar essa decisão. Temos uma relação próxima com o País.”
A decisão de não permitir a entrada do HMS Clyde foi tomada apesar da assinatura, em setembro de 2010, de um tratado de cooperação de defesa entre os dois países. O pacto foi citado na nota do ministério britânico sobre o episódio: “O tratado de cooperação entre o Reino Unido e o Brasil assinado em setembro é um bom exemplo de nossos fortes vínculos.”
A medida, que forçou o HMS Clyde a redefinir sua rota e atracar no Chile, foi interpretada pela imprensa britânica como mostra de que a presidenta Dilma Rousseff manterá a política de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, de apoiar a reivindicação da Argentina sobre as Malvinas. Dilma deve visitar a Argentina no fim do mês.
A disputa sobre as ilhas, sob controle britânico desde 1833, já foi objeto de uma guerra em 1982, quando os argentinos foram derrotados após tentarem uma invasão.