Os bancos da América Latina estão prontos para lidar com a recuperação econômica esperada para a região neste ano, depois de terem resistido à crise financeira global, afirmou a agência de classificação de risco Fitch Ratings, em relatório divulgado ontem.
Os bancos da região entraram na recessão relativamente sólidos, com pouca exposição a financiamentos estrangeiros. Além disso, a maior parte das preocupações com relação à liquidez foi rapidamente solucionada com medidas de estímulo dos governos, notadamente no Brasil e no Chile. Como resultado, as instituições financeiras da região estão saindo da crise com lucros, níveis de capital adequados e reservas para perdas com empréstimos suficientes.
A Fitch afirmou que em 2010 haverá retorno a um crescimento percentual de dois dígitos nos empréstimos dos bancos das maiores economias da região. Os ratings dessas instituições, por sua vez, vão depender de como esse crescimento será gerenciado.
A diferença mais importante de lucratividade será o custo do crédito, de acordo com a Fitch. Segundo a agência, os bancos têm de reduzir os gastos com provisões e manter uma cobertura de reserva sólida para manter o crescimento. Bancos estatais estão particularmente bem posicionados, segundo a Fitch, e seus ratings são bastante ligados ao de seus governos.
Bancos locais também provaram ser ativos importantes para seus controladores estrangeiros, especialmente no Brasil, México, Chile e certos países da América Central. A América Latina tem sido “uma região estrategicamente importante, na qual as perspectivas de empréstimos para consumo podem ajudar (os controladores estrangeiros) a distanciar os balanços financeiros e os fluxos de receita de seus mercados domésticos estagnados”, disse a Fitch.