O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, decidiu ontem que o menino Sean Goldman seja devolvido imediatamente ao pai, o americano David Goldman, que disputa a guarda da criança com a família brasileira do garoto. Sean mora no Rio com parentes maternos desde 2004, mas David alega que ele foi sequestrado, depois de ser trazido ao Brasil pela mãe, Bruna Bianchi, que se casou com o advogado brasileiro João Paulo Lins e Silva e morreu em 2008.
Na quinta-feira, o STF aceitou um recurso da família brasileira, decidindo que o garoto deveria permanecer no país. Um dia antes, a Justiça Federal no Rio havia determinado que a criança fosse entregue ao pai. David Goldman e a Advocacia Geral da União recorreram da decisão do ministro Marco Aurélio de Mello. Na sexta-feira, ele decidiu que, antes de viajar, o menino deveria ser ouvido pela Justiça. O STF ainda vai julgar o mérito da questão sobre a guarda de Sean, mas quando isto ocorrer, provavelmente o garoto já estará fora do Brasil, a não ser que um recurso de última hora impeça a viagem.
Na quinta-feira, David desembarcou no Brasil e disse que esperava passar o Natal com o filho, nos Estados Unidos. Horas depois, o advogado Sergio Tostes afirmou que a família materna de Sean tinha convidado o pai do garoto para passar o Natal no Brasil, como primeiro passo para um processo de entendimento. Segundo Tostes, a família brasileira de Sean abriu caminho para uma discussão que leve a um acordo.
No fim da noite de ontem, pouco depois da decisão de Gilmar Mendes, o advogado de David Goldman, Ricardo Zamariola, disse que seu cliente ficou feliz, mas que estava cauteloso, pois não tinha detalhes da decisão.
Já a família brasileira do menino Sean informou, por meio de seus advogados, que só iria se pronunciar depois de ler a decisão do presidente do STF na íntegra.
Segundo a advogada Edilene Gomes, a família pretende fazer de tudo, dentro da Justiça, para conseguir a guarda do garoto.
A avó brasileira de Sean, antes de saber da decisão de ontem, divulgou uma carta ao presidente Lula, apelando para manter a guarda do menino e pedindo uma audiência.