A reinicialização dos mercados de securitização é “crítica” para uma recuperação econômica mais ampla. A afirmação foi feita ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ao mesmo tempo em que ele alertou que propostas reguladoras poderão matar esse mercado.
O FMI elogiou os esforços que estão sendo feitos para conter os muitos excessos cometidos nos mercados de securitização antes da crise, que permitiram que muito dinheiro fluísse para lares americanos que não teriam como pagar os empréstimos contraídos, mas ele sinalizou que as propostas atuais são draconianas demais.
“Do jeito que essas propostas estão…elas poderão ser tão duras que, ou serão ineficazes no fornecimento de incentivos para um melhor comportamento dos securitizadores, ou poderão tornar ainda mais lenta a recuperação do mercado, efetivamente fechando-o sob algumas configurações de características de portfólio e condições econômicas”, disse o Fundo.
O mercado do setor privado para novas securitizações entrou em colapso desde que a crise financeira começou, em 2007.
Ele busca parcelar empréstimos individuais oferecidos pelos bancos para os clientes, e vendê-los em massa para investidores, incluindo fundos de pensão e companhias de seguros dispostos a administrarem os riscos.
Em seu estudo chamado “Global Financial Stability Report” (Relatório Sobre a Estabilidade Financeira Mundial) , o FMI insiste que a retomada do mercado é “importante para a limitação das consequências da crise de crédito sobre o setor real, em meio às pressões de desalavancagem sobre o setor financeiro”.
O FMI diz que, apesar das consequências desastrosas da crise, distribuir riscos de crédito para investidores de fora do sistema bancário ainda poderá trazer riscos para aqueles com mais disposição e capacidade de gerenciá-los.
O FMI apoia muitas das mudanças às regras que visam resolver esses problemas e pede produtos mais padronizados. Mas ele se mostra preocupado com as propostas dos Estados Unidos e Europa, de forçar os bancos que originam empréstimos a arcarem com os primeiros 5% de perdas em todas as securitizações. Esta ideia, diz o FMI, não é flexível o suficiente e poderá dar errado.