Tim Geithner, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, disse ontem que “o sistema financeiro está começando a sarar”, ao mesmo tempo em que prometeu direcionar os recursos devolvidos pelos bancos que receberam ajuda do governo americano para os pequenos bancos independentes.
Citando a melhoria das condições de empréstimos, a redução dos temores com um risco sistêmico e a menor alavancagem dos bancos, Geithner disse que “uma parte substancial do processo de ajuste” do setor financeiro está agora concluída.
Com alguns grandes bancos confiantes o suficiente para devolver os recursos do Plano de Ajuda aos Ativos Problemáticos (Tarp), o Tesouro vai direcionar esse dinheiro para bancos menores, com menos de US$ 500 milhões em ativos, disse Geithner. Eles terão mais seis meses para requererem recursos e o Tesouro também vai aumentar a quantidade de dinheiro que eles poderão acessar de 3% dos ativos sobrecarregados de riscos para 5%.
“Assim como em qualquer crise, os danos têm sido injustos e indiscriminados”, disse Geithner em um pronunciamento feito a banqueiros. “Os americanos comuns, os donos de pequenas empresas e os bancos pequenos que fizeram a coisa certa e jogaram dentro das regras estão sofrendo com as ações daqueles que assumiram riscos demais.”
Mais de 90% dos 8.300 bancos dos EUA são pequenos ou médios. O governo americano já investiu capital na forma de ações preferenciais em 300 bancos pequenos, embora a vasta maioria dos recursos do Tarp tenha ido para as maiores instituições financeiras.
Vários desses grandes bancos disseram que pretendem pagar os dinheiro do Tarp, incluindo o Goldman Sachs, JP Morgan e Capital One Financial.
Geithner apontou para uma queda nos spreads dos bônus corporativos, os menores prêmios de risco nos mercados interbancários e os custos mais baixos dos seguros de default no caso dos bancos maiores, como evidências de que a apreensão está diminuindo no sistema financeiro. “São sinais bem vindos, mas o processo da recuperação financeira vai levar tempo”, disse ele.
Geithner também disse que vai propor em breve uma legislação que crie um fundo de risco sistêmico para apoiar as instituições financeiras em tempos de crise, garantido por grandes instituições financeiras. Seria “um mecanismo extraordinário para situações extraordinárias”, disse, e ficaria em separado do seguro de depósitos bancários.