A demanda por crédito na pessoa física continua baixa, mas apresentou elevação de 5,8% em março em relação a fevereiro, aponta pesquisa da Serasa Experian. No consignado, no entanto, esse aumento já é bem maior. Desde o começo do mês, o governo retomou o patamar de 30% para o endividamento dos aposentados e pensionistas do INSS e a procura pela linha disparou.
“Há muito tempo não havia fila nas lojas. Não demos contar de atender. Estamos recontratando uma parte das pessoas que foram dispensadas”, disse Paulo Henrique Pentagna Guimarães, presidente do Banco Bonsucesso. Segundo ele, o banco já concedeu R$ 100 milhões por conta da demanda reprimida. “Estava uma panela de pressão”.
Desde que a margem foi reduzida de 30% para 20%, as concessões foram sendo reduzidas de uma média mensal de 700 mil contratos para menos de 50 mil no fim do ano. Agora, Renato Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), acredita que as liberações possam voltar a um patamar ao redor de 500 mil contratos por mês. “No primeiro mês, por conta da demanda reprimida, podemos chegar a 800 mil operações. Depois deve voltar para uma estabilidade na casa dos 500 mil por mês”.
Um dos aspectos mais importantes para a retomada das concessões de crédito têm sido a volta dos bancos médios ao mercado. Com a garantia dada aos depósitos a prazo pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), as instituições já registraram captações de R$ 2,55 bilhões desde o começo do mês.
Segundo Oliva, todo esse montante será direcionado para o crédito. “O banco capta a 105% do CDI e tem um custo da ordem de 115% do CDI (por conta do custo do FGC). Não podemos nos dar ao luxo de tomar esse dinheiro para comprar títulos públicos”, afirma.