A inflação esperada pelo mercado financeiro para 2009 no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a cair, de 4,66% para 4,57%, mostra a pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com cerca de cem analistas econômicos do setor privado. Mas as expectativas inflacionárias seguem bem mais rígidas do que as expectativas de crescimento econômico. Agora, a projeção mediana do mercado financeiro é uma expansão de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2009, abaixo do aumento de 1,5% esperado pelo mercado há uma semana.
O Banco Central vem acompanhando atentamente a lenta queda da inflação, que ocorre em velocidade desproporcionalmente mais baixa do que a retração da atividade econômica. Em tese, a queda da atividade significa que a economia irá operar abaixo de seu potencial de produção, o que deveria reduzir a inflação. Em outras economias, como Estados Unidos e Japão, a desaceleração econômica levou a uma queda bem mais rápida da taxa de inflação.
Mesmo com a queda nas expectativas ocorrida na última semana, a inflação esperada segue acima da meta definida para o ano, de 4,5%. As expectativas de inflação para 2010 seguem estáveis em 4,5% pela quadragésima semana seguida. A única que caiu abaixo da meta é a inflação esperada para os próximos 12 meses, que recuou de 4,58% para 4,45% em uma semana.
Os analistas econômicos esperam que, na sua reunião que termina amanhã, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central promova uma redução de um ponto percentual na taxa Selic, que cairia dos atuais 12,75% para 11,75% ao ano. A expectativa é que, nos encontros seguintes, a taxa básica sofra novas reduções, fechando o ano em 10,25%.
Os analistas econômicos também reduziram, pela terceira semana seguida, suas projeções para o crescimento da produção industrial. Agora, eles esperam uma retração de 0,04% na atividade industrial, desempenho menos favorável do que a expansão de 1,24% esperada uma semana antes.
As projeções dos analistas foram afetadas negativamente pelos números da produção industrial de janeiro, divulgados na última sexta-feira, que foram mais fracos do que o esperado.
A taxa de câmbio projetada pelo mercado para o fim deste ano permaneceu estável (em R$ 2,30), assim, como o superávit esperado na balança comercial (US$ 13 bilhões) e o déficit em conta corrente (US$ 24,85 bilhões).