Áustria, Suíça e Luxemburgo querem participar das discussões do G-20 sobre o assunto
Áustria, Suíça e Luxemburgo prometeram ontem manter sob proteção o sigilo que seus bancos oferecem aos clientes. Os governos dos países também se unirão para influenciar as decisões do G-20 (grupo que reúne as nações mais ricas e os principais emergentes) em relação a paraísos fiscais, na próxima reunião do bloco, que acontecerá em abril. Os países querem encontrar caminhos para manter o sigilo bancário e, ao mesmo tempo, colaborar mais em investigações de evasão fiscal. No entanto, os três países não são membros do grupo.
– Infelizmente, a discussão está acontecendo em organizações das quais nossos países não são membros, em particular o G-20 – disse o ministro do Tesouro e Orçamento de Luxemburgo, Luc Frieden, em entrevista com seus colegas suíço e austríaco. – É inaceitável que, entre nossos amigos europeus e americanos, não tenhamos tido a possibilidade de conversar.
A Suíça está sob ataques desde que permitiu que o banco UBS revelasse a identidade de cerca de 300 clientes americanos para evitar processos das autoridades reguladoras dos EUA.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que representa as nações mais ricas, tem uma lista com países que não fornecem dados em processos de investigação de evasão fiscal, que inclui Mônaco e Liechtenstein. Alemanha e França pressionaram para incluir a Suíça na lista, mas o ministro das relações exteriores tcheco, Karel Schwarzenberg, apoiou ontem as regras de sigilo suíças. Ministros de Finanças da União Europeia também pediram que a Comissão Europeia busque caminhos para retaliar paraísos fiscais que não cooperem nessas investigações.