O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, surpreendeu o mundo ontem ao propor a adoção de um renovado padrão-ouro global. A ideia foi defendida em artigo publicado pelo diário britânico “Financial Times”. O objetivo, segundo ele, é diminuir as flutuações cambiais e, consequentemente, aumentar a previsibilidade das economias.
Embora tenha sido bombardeada por vários analistas e autoridades, a proposta contribuiu para um novo recorde na cotação do ouro (acima de US$ 1.400 por onça-troy) e para a prata alcançar o maior valor em 30 anos – acima de US$ 27,60 a onça no mercado nova-iorquino.
Zoellick apresentou a ideia para ser discutida na Cúpula do G-20 desta semana em Seul. Segundo ele, as economias avançadas deveriam considerar a adoção de um padrão-ouro modificado para guiar as taxas de câmbio.
No artigo, Zoellick chamou o modelo de sistema “Bretton Woods II”. O primeiro “Bretton Woods” foi implementado após a 2ª Guerra Mundial e previa o atrelamento fixo do dólar americano ao ouro (US$ 35 por onça-troy). O esquema foi abandonado em 1971 pelo governo do então presidente dos EUA, Richard Nixon.
A partir daí, as taxas de câmbio começaram a flutuar na maioria dos países, o que, em momentos como o atual, atrapalha o setor real da economia – empresas exportadoras e importadoras, principalmente, sofrem com a volatilidade das moedas.
Zoellick, que foi representante comercial (equivalente a ministro no Brasil) dos EUA, disse que uma medida como essa “precisa envolver o dólar, o euro, o iene, a libra e (um yuan) que caminhe para a internacionalização e, então, a uma conta capital aberta”.