Segundo o promotor Mauro Rockenbach, responsável pelas investigações na área criminal da Operação Leite Compen$ado, estes núcleos têm modo de operar igual ao descoberto em Guaporé, Horizontina e Ibirubá. Os suspeitos também estariam adicionando água e ureia – com risco de presença de formol, substância com potencial de causar câncer se ingerida por longo período. Segundo Rockenbach, os consumidores não estão bebendo o produto:
– Este leite está sendo interceptado.
Em outra frente de ação para coibir a circulação de leite fraudado, o Ministério da Agricultura espera ter, no início desta semana, os primeiros resultados de testes para ureia e formol de amostras coletadas em outros 12 Estados. No total, já foi recebido material para análise de 66 indústrias. A iniciativa é para verificar se o crime se disseminou para outras regiões.
Quatorze pessoas foram denunciadas pelo MP. O grupo é acusado de crimes de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e adulteração de produtos alimentícios. Nos inquéritos civis abertos para apurar o caso, estão marcadas para o dia 28 audiências com duas das quatro empresas com lotes de leite adulterados.
Segundo o promotor Alcindo Bastos, da Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Consumidor da Capital, deverão ser propostos à Vonpar, dona da marca Mu-mu, e à LBR, fabricante da marca Líder, termos de ajustamento de conduta para que tenham maior controle de seus transportadores e aprimorem os testes nos laticínios. Será pedida indenização equivalente ao volume de leite fraudado que chegou ao mercado.