Bebidas estão entre os produtos com maior carga tributária. Percentual sobre chester, peru ou pernil chega a 29,32%
A carga tributária em produtos típicos
de final de ano pode chegar a até 59%, segundo um estudo promovido pelo
IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário). As bebidas são
os itens com o maior tributo. Para brindar a passagem de ano com um
espumante, por exemplo, o consumidor terá que desembolsar 59,49% a mais
do valor real da bebida para pagar impostos. Na cerveja, a carga
tributária chega a 55,60%, enquanto na sidra que tem valor médio de R$7,
o percentual de imposto é de 48,24%.“A elevada carga tributária dos produtos
de fim de ano restringe o consumo, desde a escolha do presente até os
itens que compõem a ceia. Isto é pernicioso principalmente para o
público de baixa renda”, diz o vice-presidente regional da Apas
(Associação Paulista de Supermercados), Eduardo Kawakami. O
representante também lembra que no geral a carga tributária de produtos
comercializados nos supermercados passou de 34,8% para 35,3%.O imposto do chester que custa em média
R$ 43, peru ou pernil chega a 29,32%. Alimento tradicional do Natal, o
panetone também carrega um alto tributo: 34,63%.A professora Sônia Coelho, 62, está
atenta a alta taxa tributária imposta aos produtos, mas ao mesmo tempo
afirma que é difícil deixar de adquirir mercadorias tradicionais nesta
época do ano. “Os impostos estão em tudo, mas não tem como fugir e nem
para quem reclamar. No final do ano é inevitável levar o panetone e as
bebidas para as famílias”, comenta.Já o aposentado Mario Rodrigues, 72,
admite que a taxa tributária pesa no orçamento do final do ano. Ontem
ele pesquisava o preço do chester. “Procuro pesquisar para levar o
produto mais em conta, mas a carga tributária atual do país é absurda e
pesa nas contas”.Os tributos atingem até mesmo a
decoração natalina. Quem quiser enfeitar a casa com uma árvore de Natal
terá que pagar 39,23% a mais do valor real do produto por causa dos
impostos. Já a tributação em enfeites em geral chegam a 48,02%.Entre as sugestões de presentes
favoritos para esta época do ano, o aparelho de MP3 é um dos mais
tributados, com 49,45%, quase metade do valor do produto. Na bicicleta, a
tributação chega a 45,93%, enquanto nos brinquedos, 39,70%. Para
protestar contra os tributos, diversas entidades como Associações
Comerciais se reuniram na última quarta-feira, no vão livre e no
auditório do Masp, em São Paulo, para um protesto que reivindica a
sanção de um projeto de lei que obriga a discriminação dos impostos nas
notas fiscais.“A pessoa precisa saber quanto paga de
impostos. Os estabelecimentos como os supermercados não têm
interferência nos tributos, mas podemos continuar pleiteando a
diminuição”.