O Departamento do Tesouro norte-americano acompanha de perto a situação do grupo bancário Citigroup, cuja saúde financeira provoca fortes temores. \”Vigiamos a situação e estamos em contato com todas as pessoas que vocês esperariam que contatássemos\”, disse à AFP uma porta-voz do Tesouro, ao ser questionada sobre se autoridades do Departamento se reuniram com a direção do Citigroup.
Na sexta-feira, o banco divulgou uma nota garantindo que mantém o rumo de sua estratégia de independência, enquanto a imprensa indica que a direção estuda cenários piores, prevendo uma venda integral, ou de divisões, do grupo. \”Estamos concentrados na execução da nossa estratégia, prevendo reduções específicas de gastos e do nosso portfólio de ativos, e veremos seus benefícios com o tempo\”, acrescentou o banco.
Em visita ao Brasil na semana passada, o presidente mundial do banco, Vikram Pandit, adotou discurso semelhante. Ele destacou a presença global como um dos pontos fortes do Citi para enfrentar a crise e disse que a instituição mantém a intenção de crescer no mercado brasileiro.
Questionado sobre a situação do grupo, Pandit afirmou que o banco deverá iniciar o ano que vem mais fortalecido do que entrou em 2008 após obter o reforço de capital de US$ 85 bilhões, que inclui os US$ 25 bilhões do pacote do governo norte-americano. O presidente do Citi também mencionou o trabalho desenvolvido para limpar o balanço do banco após as baixas contábeis bilionárias. \”Posso dizer que me sinto muito confortável em relação ao futuro, porque conheço meus ativos\”, enfatizou.
Os diretores do Citigroup, que enfrentam a forte desvalorização do grupo na Bolsa, estudam os piores cenários, inclusive o fechamento de setores inteiros e sua venda, informou o Wall Street Journal. Estas discussões estão ainda em estado inicial e não significam que o banco tenha abandonado sua estratégia de independência, afirmou o jornal econômico. A ação do grupo perdeu 26% do valor na quinta-feira, a mais forte queda de sua história.