O Departamento de Justiça dos EUA abriu ontem investigação sobre a participação de alguns grandes fundos de investimento americanos na crise financeira da Grécia.
A investigação é consequência de denúncias, publicadas pelo “The New York Times”, de que executivos de Wall Street teriam ajudado a maquiar balanços financeiros de modo a permitir que o governo grego ocultasse o volume real de seus débitos, o que resultou numa crise que fez o euro perder valor frente a outras moedas. Um dos alvos é o fundo do megainvestidor George Soros.
O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke já ordenou uma revisão dos contratos de derivativos que envolvam bancos e fundos americanos e instituições gregas. O Departamento de Justiça vai investigar vários fundos, entre eles o SAC Capital, o Greenlight Capital, o Brigade Capital e o fundo de investimentos do bilionário George Soros, o Soros Fund Management, por terem ganho dinheiro apostando na queda da cotação do euro. Semana passada, vários fundos de investimento fizeram apostas no mercado futuro contra a moeda européia. Diante das denúncias, os promotores pediram as fundos para guardarem todos os registros das transações financeiras que tenham relação com a cotação do euro no último mês.
Em palestra no evento que marcou o lançamento de um manifesto por medidas de regulamentação financeira em Nova York, Soros defendeu a criação de uma agência federal para proteger os consumidores de empréstimos abusivos, mas evitou a imprensa na saída. Soros não quis comentar a decisão dos promotores americanos. Nos bastidores do evento, comentavase que executivos de fundos hedge investigados teriam participado de um jantar oferecido por uma grande corretora em que teria sido discutida uma aposta coletiva contra o euro.