A Smiles, empresa de fidelização de clientes da companhia aérea Gol, pode levantar até R$ 1,35 bilhão em sua oferta pública inicial de ações –IPO, na sigla em inglês–, segundo termos de prospecto divulgado nesta segunda-feira (8).
A companhia vai emitir em distribuição primária lote inicial de 38.647.343 ações ordinárias, com a faixa de preço entre R$ 20,70 e R$ 25,80 por papel, e pode lançar lotes suplementar e adicional reunindo até 13.526.569 ações adicionais.
Considerando a venda de todos os lotes de ações –inicial, suplementar e adicional– e o teto do preço por papel –R$ 25,80–, a oferta poderá movimentar até R$ 1,35 bilhão na Bolsa.
Segundo os termos do prospecto, o período de reserva de ações para investidores interessados vai de 15 a 24 de abril, a fixação do preço ocorre no dia 25 e elas serão negociadas no Novo Mercado da BM&Bovespa –que inclui empresas com alto nível de governança corporativa– a partir do dia 29.
Os coordenadores da abertura de capital são os bancos Credit Suisse, Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley, Deutsche Bank, Santander e BB Investimentos.
SMILES VS. MULTIPLUS
A operação tornará a Smiles a segunda empresa do setor de fidelização de clientes na Bolsa brasileira. No começo de 2010, a Multiplus, da TAM, fez sua oferta inicial de ações e levantou R$ 723,8 milhões –emissão que ficou abaixo do potencial R$ 1 bilhão em projeções iniciais.
O programa de milhagem Smiles tem cerca de 8,9 milhões de cadastrados, segundo a Gol, e as companhias aéreas parceiras do programa são Air France KLM, Delta Air Lines, Qatar e Iberia.
CONTEXTO ATUAL
O anúncio da venda das ações da Smiles ocorre em meio a uma série de ofertas anunciadas recentemente. Na quarta, a BB Seguridade, do Banco do Brasil, divulgou os termos de um IPO que pode levantar até R$ 12 bilhões –no que pode marcar a maior oferta do tipo desde a operação de R$ 14 bilhões do Santander Brasil, em outubro de 2009.
O IPO acontece também em meio a dificuldades do setor aéreo brasileiro, com empresas enxugando oferta de voos para melhorar rentabilidade diante do alto preço do combustível de avião. No ano passado, a Gol encerrou registrou prejuízo líquido de R$ 1,5 bilhão.