CSLL – Base de cálculo das entidades sem fins lucrativos pode ser reduzida
14 de agosto de 2008Fazenda deflagra nova operação
18 de agosto de 2008Indícios da prática de evasão fiscal no segmento de combustíveis levaram a Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz/MT), em conjunto com a Delegacia Fazendária e a Polícia Militar, a deflagrar a “Operação Saturação”.
A ação, em andamento e com tempo indeterminado de término, visa a coibir a prática de crime contra a ordem tributária, especialmente no segmento de combustíveis, cuja arrecadação corresponde, em média, a 25% da receita total do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) no Estado.
A operação está sendo realizada no posto fiscal Flávio Gomes, em Cuiabá, e nas proximidades dos outros 15 postos de fronteira com os Estados de Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Goiás e Amazonas. Nos caminhões-tanque, são verificados a autenticidade das notas fiscais, a procedência e o destino do combustível, para constatar se a movimentação está sendo realizada entre agentes econômicos autorizados pela Agência
Nacional do Petróleo (ANP) ou para grandes consumidores e qual o volume da compra. A ação será estendida às 32 distribuidoras de combustíveis e 11 usinas de álcool instaladas no Estado. “Os bons pagadores estão quebrando em detrimento dos sonegadores. Estamos disciplinando os setores e a conduta fiscal em Mato Grosso.
Quem estiver irregular, perderá a inscrição estadual”, enfatiza o secretário de Fazenda, Éder Moraes. Ele ressalta que a “Operação Saturação” foi motivada pelo fato de a evolução do consumo mato-grossense de combustível não estar refletindo na arrecadação do ICMS.
Em 2007, por exemplo, a arrecadação nominal do ICMS junto ao segmento de combustíveis atingiu R$ 886 milhões, enquanto o potencial era de R$ 905 milhões.
De janeiro a junho de 2008, a receita nominal foi de R$ 468 milhões, enquanto o potencial para o período era de R$ 482 milhões.Segundo ele, também motivou a realização da operação a suspeita de uma nova fraude fiscal: a clonagem do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe), utilizado para acompanhar o trânsito da mercadoria na forma de uma representação gráfica simplificada da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e).
Um caso concreto foi detectado semana passada, pelos sistemas de controle da Sefaz, quando uma empresa distribuidora transportava o produto de Goiás para Mato Grosso.
A fraude funciona assim: o contribuinte utiliza o número da NF-e e do Danfe para criar vários Documentos Auxiliares paralelos com a mesma numeração. Como há controle de entrada nos Estados, então, o Danfe clonado é utilizado em outra unidade da federação.
“Por exemplo, um Danfe original, de uma operação de Goiás-São Paulo, passa a ser utilizado para uma operação Mato Grosso do Sul-Mato Grosso. O registro da operação Goiás-São Paulo está no sistema destes dois Estados, mas, supostamente, a operação não é cruzada com as entradas de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, controladas por sistemas diferentes”, explica o secretário Éder Moraes.
Além disso, dois ou mais veículos entram simultaneamente nos postos fiscais interestaduais com o mesmo Danfe. “Entram pelo Alto Araguaia e pelo Rio Correntes com o mesmo Danfe”, observa o titular da Sefaz.
A Delegacia Fazendária investiga o caso concreto detectado pelos sistemas de controle da Secretaria de Fazenda. APOIOPor conta da detecção dessa fraude, o Governo do Estado, por meio da Sefaz, conclamou os Governos dos Estados de Goiás, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, São Paulo e Amazonas, mais o Distrito Federal, a atuar conjuntamente, por pelo menos 30 dias, no combate a essa prática e outras no ramo de combustível.Participam da “Operação Saturação” 27 fiscais e agentes de Tributos Estaduais e 25 policiais, entre civis e militares.
A ação está sendo coordenada pelas Superintendências de Fiscalização (Sufis) e de Execução Desconcentrada (Sued) da Sefaz.
