Santander se opõe a projeto de recapitalização dos bancos europeus

O presidente do Santander, maior banco da Eurozona por capitalização, Emilio Botín, expressou nesta terça-feira sua oposição ao projeto de recapitalização dos bancos europeus, ao considerar que estas propostas não “têm nenhum sentido” porque “aumentam as incertezas nos mercados”.

O projeto, que deve obrigar os bancos a aumentar seus fundos “limpos” e a compensar sua exposição à dívida pública de países considerados frágeis, como Grécia, deverá ser concretizado na reunião da zona euro de domingo.

“Colocar em dúvida, de forma generalizada, a sustentabilidade da dívida pública ou do sistema financeiro europeu pode nos levar a uma espiral de crises soberanas e de crises bancárias”, afirmou Botín em uma coletiva de imprensa em Madri.

“É possível que algumas entidades especialmente afetadas pela crise da dívida pública grega ou dos mercados em geral, requerem uma base mais ampla de capital. Contudo, não se deve forçar uma recapitalização indiscriminada dos bancos europeus sem resolver de forma definitiva o problema da dívida pública”.

Esta crítica se soma a já formulada, há uma semana, pelo presidente do espanhol Banco Popular, Ángel Ron, que classificou o projeto de “mais absoluto dos contra-sensos”.