O combate ao tabagismo, que envolve a comunidade médica e autoridades de saúde em todo o planeta, está prestes a receber um impulso gigantesco no maior país do mundo.
Está para nascer na Rússia a primeira geração livre de fumaça. Os deputados discutem um dos maiores projetos antitabagismo do mundo.
Qualquer pessoa nascida depois da aprovação da lei não poderia mais comprar cigarros. Um banimento que continuaria mesmo depois de atingirem a maioridade. Os atuais fumantes ganhariam um passe.
De cada três russos, pelo menos um é fumante. O governo estima que o cigarro mate até 400 mil pessoas por ano. O presidente russo quer mudar a imagem da população.
Vladimir Putin passa longe do cigarro e já repreendeu em público ministros que fumavam. O governo Putin também apagou alguns velhos hábitos no país.
Desde 2014, a lei proíbe fumar em lugares fechados. Outra medida importante foi o estabelecimento de um preço mínimo: os fumantes pagavam só o equivalente a US$ 1 por pacote e agora gastam em torno de US$ 2.
Mas o banimento parece intragável para todas as pessoas entrevistados. Um rapaz acha que a ideia tem cara de pegadinha. A menina entende que os maiores de idade podem decidir sozinhos. Ela defende que, quanto mais se proíbe, mais a pessoa quer.
Quem é contra o novo projeto de lei tem o argumento na ponta da língua: toda proibição é irmã do mercado ilegal. O banimento do álcool nos Estados Unidos nos anos 1920 fez surgir o lendário Al Capone e outros grandes contrabandistas.
Aconteceu também com o cigarro no Butão. O pequeno reino no Himalaia tentou banir o tabaco em 2005 e o resultado foi um enorme contrabando de cigarros indianos.
As seis maiores empresas de tabaco do mundo, argumentam que o cigarro falsificado é pior para a saúde pública e é ruim também para a saúde financeira delas, que dominam um mercado de R$ 92 bilhões por ano só na Rússia.
Na Rússia, a geração livre de fumaça segue sem data para chegar. O governo ainda não encontrou fôlego para aprovar a nova lei.