O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, apelou a Washington nesta terça-feira que \”aja de forma racional\” e evite prejudicar o comércio por causa de divergências sobre aço e tecnologia, além de outras disputas, e prometeu que Pequim \”se abrirá mais\” para importações e investimentos.
\”Ninguém sairá vencedor de uma guerra comercial\”, afirmou Li, durante coletiva de imprensa que se seguiu ao encerramento da reunião anual do Congresso Nacional do Povo.
Li não fez menção a uma possível resposta da China caso o presidente dos EUA, Donald Trump, imponha novas barreiras tarifárias em função de queixas comerciais contra Pequim, mas outras autoridades dizem que o governo do presidente Xi Jinping está pronto para agir.
No começo do ano, a Casa Branca elevou tarifas sobre importações de lavadoras de roupa e painéis solares fabricados na China e agora investiga se Pequim vem pressionando companhias estrangeiras a lhe repassar tecnologia, o que poderia levar a adoção de punições comerciais. Recentemente, Trump também anunciou tarifas sobre importações de aço e alumínio de vários países, incluindo a China.
\”O que esperamos é que ajamos racionalmente, em vez de sermos levados pelas emoções\”, disse o premiê. \”Não queremos ver uma guerra comercial.\”
No último dia 11, o ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, disse que o país irá defender seus interesses de maneira determinada, mas não forneceu detalhes. Já associações comerciais sugeriram que Pequim poderá mirar exportações americanas de aviões, soja e outros bens dos quais a China é grande cliente.
Ao ser perguntado se Pequim poderá usar seus amplos investimentos em Treasuries – papéis que formam a dívida dos EUA – como instrumento de negociação, Li respondeu que seus investimentos são baseados em princípios de mercado e que a \”China continuará sendo um investidor responsável de longo prazo\”.
Li também prometeu maior abertura dos mercados e outras reformas, à medida que o governo de Xi tenta transformar a economia – dominada pelo estado e em processo de desaceleração – mais produtiva.
Segundo o premiê, a China pretende reduzir ainda mais as tarifas de modo geral e eliminar as de medicamentos, em especial para tratamento de câncer.
Li repetiu ainda uma promessa feita no dia 5, quando a reunião legislativa teve início, de \”abrir totalmente o setor manufatureiro\” para a concorrência externa. \”Não haverá obrigação de transferir tecnologia e a propriedade intelectual será protegida\”, garantiu. Fonte: Associated Press.