Os dois megaeventos esportivos que o Brasil sediará nos próximos anos, Copa do Mundo e Olimpíadas, não trarão louros e lucros apenas para brasileiros. Quanto aos louros, é sabido e óbvio que nossas chances, que já foram quase infalíveis nos jogos de futebol, andam bastante abaladas. Quanto ao lucros, as possibilidades e os mercados que se abrem com a realização dos eventos guardam espaço também para empresas estrangeiras. Os valores ainda são tentativos, visto a dificuldade em definir e aprovar projetos.
Estima-se, contudo, que pelo menosR$ 7 bilhões venham do mercado externo, pelas mãos especialmente de empresas de porte pequeno e médio. Se grandes obras devemficar a cargo de construtoras brasileiras, o pulverizado mercado de serviços atrai as estrangeiras, como escreve o repórter Fábio Suzuki na série de reportagens que se inicia à página 4. Até amanhã, por exemplo, o Rio de Janeira sedia a exposição Sports Events. Nela estão presentes empresas de Portugal, Israel, Inglaterra, Estados Unidos, Espanha, Suíça, Suécia e Alemanha. Ao todo, são mais de 80 empresários estrangeiros, além de 42 estandes, interessados nas oportunidades esportivas. Eles oferecem tecnologia, eventos, segurança, telecomunicações, engenharia e sistemas de drenagem. Outras devem aportar no Brasil em busca de negócios até o início dos eventos. Os próprios estádios oferecem perspectivas ainda praticamente inexploradas no país.
Quando não há atletas em campo, as arenas podem ser usadas para entretenimento, que vão de megashows com artistas internacionais até atrações teatrais. A agenda pode incluir também atrações nos próprios dias de jogo. A procura dos estrangeiros é sentida por escritórios de advocacia especializados em direito empresarial. O país tem alguns problemas, como sistema fiscal complicado, legislação bastante extensa, além de leis trabalhistas intrincadas que exigem conhecimento, planejamento prévio e ajuda para quem nunca fez negócios por aqui.