A Petrobras iniciou a fase vinculante de um processo para a venda da polêmica refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, segundo comunicado da petroleira nesta sexta-feira (4).
Nessa fase do processo de desinvestimento, interessados habilitados em uma fase anterior da negociação receberão cartas-convite com instruções detalhadas e orientações para realização de due dilligence e para o envio de suas propostas vinculantes pelo ativo.
A venda da refinaria, alvo de uma série de denúncias de corrupção na gestão do governo anterior investigadas pela operação Lava Jato, deverá incluir todo o sistema de operações de refino, tanques com capacidade de armazenamento de 5,1 milhões de barris de petróleo e derivados, terminal marítimo e estoques associados, segundo anunciou em fevereiro a Petrobras.
Segundo a estatal, o negócio envolve a alienação da participação da Petrobras America nas empresas: Pasadena Refining System, PRSI Trading LLC e PRSI Real Property Holdings LLC.
A meta no plano de negócios da Petrobras é conseguir vender US$ 21 bilhões em ativos no biênio de 2017 e 2018. Na semana passada, a estatal anunciou também a abertura do processo para vender o controle das refinarias Abreu e Lima e Landulpho Alves, no Nordeste, e Alberto Pasqualini e Presidente Getúlio Vargas, no Sul.
As denúncias de corrupção envolvendo a refinaria, com capacidade de processamento de 110 mil barris por dia, atingiram a ex-presidente Dilma Rousseff, que na época da negociação era presidente do conselho de administração da Petrobras.
De acordo com Tribunal de Contas da União (TCU), o conselho da petroleira aprovou a compra da refinaria com base em critérios \”antieconômicos\” que causaram um prejuízo de 580 milhões de dólares à empresa.
Em 2014, quando questionada sobre os problemas na aquisição de Pasadena, a então presidente Dilma afirmou que recebeu informações incompletas das diretorias da Petrobras responsáveis pela negociação, o que a induziu a aprovar o negócio.
Na época da compra de Pasadena, a presidente que sofreu impeachment era também ministra da Casa Civil do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao todo, a Petrobras pagou cerca de US$ 1,2 bilhão por Pasadena, em negócio que envolveu inicialmente 50% do ativo, por US$ 360 milhões, em 2005.
Após uma disputa em uma câmara de arbitragem com a sócia Astra Oil, a petroleira brasileira foi obrigada a desembolsar milhões de dólares adicionais pela outra metade do ativo.