A demanda por crédito aumenta na Europa e nos Bric – Brasil, Rússia, Índia e China -, mas o acesso a empréstimos torna-se particularmente duro no Brasil, Irlanda, Espanha e Rússia.
A conclusão é de uma pesquisa junto a três mil companhias feita pela Markit, companhia de informação financeira britânica, que diz ter como clientes 1.200 companhias financeiras que usam seus serviços para gestão de riscos e cumprir exigências regulatórias.
Globalmente, enquanto as indústrias dizem que precisam de mais crédito do que há três meses, a disponibilidade se deteriora. A pesquisa mostra que 82% das indústrias europeias ouvidas usam crédito. No Brasil, chega a 71%, mais que na China (44%). O Brasil, onde foram ouvidas 205 empresas, teria o maior aumento na demanda, mas também as maiores dificuldades ao lado da Irlanda.
No país, 17,5% das companhias ouvidas reclamam de restrição a financiamento, numa alta em relação as 11,5% que se queixavam em janeiro. É mais que a média nos Bric, onde 11% se queixam de crédito. A taxa só é menor na Índia, com 2%. As mais atingidas são pequenas empresas. Também as exigências e custo do crédito aumentaram, principalmente na Espanha e na Rússia, mas diminuíram no Brasil, China e Índia.
Na Europa, a queixa pela persistência do aperto de crédito é generalizada. O ministro de Finanças da Grã-Bretanha, Alistair Darling, ameaça “ser duro” com os bancos que resistem a emprestar. Na França, o governo de Nicolas Sarkozy prorrogou para até o final de 2010 um mecanismo de “mediador de crédito”, para pressionar os bancos a cumprir seu papel de intermediário financeiro.