Na semana em que a presidenta argentina Cristina Kirchner visita o
Brasil, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, minimizou
hoje (27) a crise comercial entre os dois países. “Quando você tem uma
relação comercial intensa, é natural que surjam situações que exigem
atenção. É assim que acontece com qualquer relacionamento comercial
bilateral da importância deste que temos com a Argentina”, disse
Patriota.
De acordo com o chanceler, a crise comercial não será o tema principal
da visita de Kirchner, mas deve constar na agenda que começa na próxima
sexta-feira (29). “Questões comerciais têm seus canais habituais já
consolidados no diálogo do ministro Pimentel [Fernando Pimentel,
ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior] com a
ministra Débora Giorgi [ministra da Indústria argentina]”.
Desde meados deste ano, intensificaram-se as trocas de acusações do
setor industrial dos dois países sobre restrições para entrada de
produtos. Na Páscoa deste ano, por exemplo, as cargas de caminhões
brasileiros abastecidos com ovos de chocolate foram perdidas devido à
demora para entrar na Argentina. No dia 12 de maio, o Brasil impôs
barreiras à importação de carros de todos os países, mas a decisão foi
vista como uma retaliação à Argentina.
De acordo com Patriota, a visita de Cristina, que começa às 11h,
seguirá protocolo sem novidades: reunião bilateral seguida de uma
reunião ampliada, contato com a imprensa e almoço no Itamaraty. Mais
tarde, Cristina irá inaugurar a nova sede da Chancelaria argentina em
Brasília .
Patriota disse que haverá um comunicado conjunto semelhante ao adotado
na visita de Dilma a Buenos Aires, com avaliação de áreas de cooperação
como a espacial, nuclear, financeira e a coordenação dentro do G20.
“Acho que será uma excelente oportunidade para fazermos uma avaliação
aqui do percurso já transcorrido nesses primeiros meses desde que a
presidenta Dilma esteve em Buenos Aires”.