O G8 – grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia – afirmou em comunicado divulgado ontem que, apesar de a economia global emitir sinais de melhora, ainda há sérios riscos a serem enfrentados. O líderes do G8, que se reuniram na cidade italiana de L’Aquila, recentemente atingida por um terremoto, para discutir a crise econômica mundial e questões ambientais, prometeram “tomar todos os passos necessários para sustentar a demanda, restabelecer o crescimento e manter a estabilidade financeira”. Eles, entretanto, mostraram preocupação com o desequilíbrio das finanças públicas e prometeram começar a planejar a retirada das medidas implementadas para reaquecer as suas economias.
“Embora existam sinais de estabilização, incluindo recuperação das bolsas de valores, declínio nos juros bancários, melhora da confiança empresarial e do consumidor, a situação permanece incerta e riscos significativos à estabilidade financeira e econômica permanecem”, afirmaram os líderes no fim do primeiro dia da cúpula. “Concordamos com a necessidade de preparar estratégias apropriadas para desfazer as políticas extraordinárias tomadas para responder à crise assim que a recuperação estiver assegurada”, acrescentou o comunicado. Essas estratégias vão variar de país para país, dependendo das condições econômicas domésticas e das finanças públicas. No comunicado, o G8 também rechaça qualquer tipo de protecionismo.
Os líderes das potências mundiais e da Rússia também se comprometeram a respeitar as promessas de reforçar a ajuda pública em favor do desenvolvimento da África e de destinar, junto “com outros doadores”, US$ 25 bilhões por ano. “É importante honrar os compromissos de aumentar a ajuda. Para a África, será preciso que, junto a outros doadores, aumentemos a ajuda pública ao desenvolvimento em US$ 25 bilhões por ano até 2010, em relação a 2004”, segundo a declaração “Desenvolvimento e a África”. O G8 vai elaborar uma proposta relacionada aos “princípios e a boas práticas do investimento agrícola internacional”, levando em conta as compras em massa de terras nos países em desenvolvimento, sobretudo na África. O encontro é acompanhado por líderes dos principais países emergentes.
MEIO AMBIENTE. As reuniões de ontem do G8 também resultaram num compromisso dos países integrantes em reduzir à metade suas emissões de gases com efeito estufa até 2050 em relação ao ano de 1990, além de diminuir acima de 80% as emissões das nações industrializadas, para limitar o aquecimento global em 2°C. Diz a declaração final da reunião de cúpula realizada em l”Aquila: “Reconhecemos as advertências feitas por cientistas segundo as quais o aumento da temperatura média global acima do nível pré-industrial não deva ultrapassar 2°C”. Este desafio mundial, ressaltam os líderes, não pode ser enfrentado senão por uma ação internacional.