Os ministros de Economia e presidentes de bancos centrais do Brasil, Rússia, Índia e China – que compõe o Bric (grupo dos países emergentes de crescimento acelerado) defenderam a realização de uma reunião antes do encontro ministerial do G20, na tarde de hoje em Horsham, perto de Londres, afirmou uma fonte da delegação russa.
A fonte informou que representantes dos quatro países discutirão o tema das reformas dos organismos financeiros internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Fórum de Estabilidade Econômica, políticas para lutar contra a crise e a preparação para a reunião de cúpula do G20 em abril. Os países do Bric fazem forte pressão para obter mais poder de voto no FMI, dominado tradicionalmente pelos Estados Unidos e pelos países da União Europeia (UE).
A UE afirmou ontem que considera a possibilidade de emprestar entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões ao FMI para reforçar sua capacidade de crédito, segundo os pontos preliminares que devem ser tratados em uma reunião de cúpula dos líderes da UE, marcada para os dias 19 e 20 de março. Esta semana a UE havia dado respaldo aos chamados para duplicar os fundos do FMI para enfrentar a crise mundial e defendeu que o aumento do financiamento deveria ser dividido com justiça entre os membros do FMI, particularmente aqueles com grandes reservas.
A China encabeça as maiores reservas do mundo, a Rússia ocupa o terceiro lugar, a Índia o quarto e o Brasil o sétimo. No entanto, suas economias são amplamente diferentes. A Rússia e Brasil dependem das exportações de matérias-primas, a China da exportação de bens manufaturados e a Índia da demanda doméstica. O Brasil afirmou que proporá uma maior regulação dos fluxos internacionais de capitais durante o encontro do G20, já que a crise criou um desequilíbrio dos fluxos que também coloca em perigo o comércio internacional.