Plantão | Publicada em 19/06/2008 às 20h01mValor OnlineBRASÍLIA – Ao lançar mão, de novo, do aquecimento econômico para justificar mais um recorde na arrecadação de impostos em maio, o secretário da Super Receita, Jorge Rachid, procurou fazer um contraponto citando o montante que o governo federal deixou de arrecadar por conta de desonerações ao setor produtivo. Segundo ele, entre 2004 e 2008 a renúncia fiscal soma R$ 45 bilhões e sobe a R$ 92 bilhões em 2009, com a perda da CPMF. Nos cálculos de Rachid estão reduções de impostos previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O importante é que a economia vem crescendo, gerando maior formalização de empregos e alta da massa salarial, comentou o secretário. Ele observou ainda que a despeito de as receitas do governo continuarem em crescimento, o ritmo vem caindo mês a mês em 2008. Os dados mostram que a arrecadação diretamente administrada pela Super Receita (sem extras como royalties de petróleo, mais com contribuição previdenciária) em janeiro teve alta real (descontado o IPCA) de 20,49% sobre o mesmo mês anterior; 15,62% em fevereiro; 12,88% em março; 12,09% em abril e 10,65% em maio na mesma base de comparação. A receita administrada teve retração real de 12,97% em maio somando R$ 49,307 bilhões ante R$ 47,076 bilhões no mesmo mês de 2007. Rachid explicou que houve ingressos atípicos no valor de R$ 1,4 bilhão em maio de 2007, justificando parte da diferença. A receita total de maio de 2008 somou R$ 50,431 bilhões, a mais elevada para o mês. O acumulado de janeiro a maio também foi recorde em R$ 271,925 bilhões (valor corrente). Contribuiu para o resultado do mês passado o aumento nominal de 180,17% na arrecadação do IOF elevado em janeiro para substituir a CPMF. A receita mensal desse imposto foi de R$ 1,675 bilhão ante R$ 598 milhões no mesmo mês de 2007, acumulando R$ 7,865 bilhões nos cinco primeiro meses do ano com elevação de 162,61% ante os R$ 2,99 bilhões de igual período anterior. (Azelma Rodrigues | Valor Online)