A ONU reforçou, agora de forma mais contundente, os pedidos para que o
Brasil inicie investigações imediatas sobre a tortura nos anos da
ditadura. A organização pede ao País para abandonar sua posição em
relação à lei de anistia e também para abrir os arquivos militares. A
nova declaração foi feita por Navi Pillay, número 1 da ONU para Direitos
Humanos.
Em um encontro com a imprensa internacional nesta quinta-feira, 30, a
ex-juíza sul-africana e atual alta comissária da ONU para Direitos
Humanos, insistiu que o governo tem a obrigação de garantir o “direito à
verdade à população”. Pillay também confirmou que enviará nos próximos
dias uma carta ao governo brasileiro, pedindo a mudança de posição.
“Vamos ser rigorosos nisso”, afirmou.
A ONU vem fazendo pedidos insistentes ao Brasil para investigação de
crimes contra direitos humanos durante a ditadura. Há duas semanas,
alegou que a devolução das caixas com informações sobre a existência de
pelo menos 242 centros de tortura no Brasil pelo Conselho Mundial de
Igreja deve ser aproveitada para rever a posição do País em relação a
como lidar com o seu passado.