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16 de dezembro de 2009O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reuniu hoje os principais banqueiros do país para arrancar dois compromissos essenciais: mais concessão de créditos e o apoio à reforma financeira atualmente em trâmite no Congresso.
Pela segunda vez em seu mandato, Obama recebeu hoje na Casa Branca os 12 principais banqueiros do país, aos quais pediu “que explorem todas as vias possíveis” para ajudar a economia a recuperar um crescimento saudável e vigoroso.
A reunião aconteceu em um momento de especial tensão entre a Casa Branca e Wall Street. Ontem, em entrevista televisionada, Obama chamou os banqueiros de “peixes gordos” que cobram suas bonificações anuais, apesar de seus bancos terem sido resgatados pelo Governo e enquanto o país se vê com uma taxa de desemprego na casa dos 10%.
Três dos principais banqueiros – o presidente e executivo-chefe do Goldman Sachs, Lloyd Blankfein; o executivo-chefe do Morgan Stanley, John Mack; e o presidente do Citigroup, Dick Parsons – não compareceram à reunião alegando “más condições do tempo”, mas participaram por teleconferência, segundo a Casa Branca.
Estiveram na reunião os presidentes e executivos-chefe da American Express, Ken Chenault; do JP Morgan Chase, Jamie Dimon; do Bank of America, Ken Lewis; e do Wells Fargo, John Stumpf, além do vice-presidente executivo do Goldman Sachs, Gregory Palm.
Durante a reunião, que Obama considerou como “franca e produtiva”, o governante deu um recado muito “simples”, em suas próprias palavras.
“Agora que os bancos já estão recuperados, depois de terem recebido uma assistência extraordinária com dinheiro do contribuinte, esperamos de sua parte um compromisso extraordinário para ajudar na recuperação econômica”, disse ela.
A ideia da Casa Branca é que estas entidades, agora que abandonaram os números vermelhos, reabram torneira do financiamento empresarial para que as pequenas e médias companhias possam fazer investimentos e criar empregos.
No entanto, os banqueiros, receosos pelo excesso de risco que correram no passado, reclamam que muitos dos clientes não têm a solvência necessária para receber financiamento.
Os empresários, por sua vez, lamentam que, apesar de estarem com as contas em dia, não obtêm os créditos de que necessitam.
“São problemas que podem ser resolvidos”, disse Obama, que pediu aos banqueiros para que “explorem todas as vias para fazer com que a economia se movimente de novo”.
Atualmente, a popularidade de Obama anda nos números mais baixos de seu mandato, com 49% de aprovação popular, principalmente devido ao aumento do desemprego e ao uso que os grandes bancos fizeram do plano de resgate bancário lançado no ano passado com verbas de US$ 700 bilhões.
Algumas companhias já devolveram a quantia investida pelo Governo, como os US$ 4,5 bilhões recebidos pelo Bank of America ou os US$ 25 bilhões concedidos ao JP Morgan.
Mais cedo hoje, o Citigroup anunciou um acordo com o Governo americano para devolver os US$ 20 bilhões recebidos desde 2008.
Calcula-se que os 22 principais bancos resgatados cortaram o financiamento para pequenos negócios em US$ 10,5 bilhões nos últimos seis meses, situação que a Casa Branca quer resolver.
Obama aproveitou o encontro para pedir aos banqueiros para que deixem de se opor à reforma financeira que o Governo americano quer aprovar e que, por enquanto, já foi aprovada pela Câmara de Representantes.
“Notei resistência por parte do setor financeiro em relação a estas reformas. A indústria fez pressão contra elas”, disse o presidente.
Em tom desafiador, Obama advertiu que não tem intenção de deixar que o lobby do setor financeiro represente uma ameaça para as reformas financeiras.
“Se eles (o setor financeiro) querem brigar contra estas reformas de bom senso, estou mais do que disposto a entrar nesta luta”, afirmou.
