Prestes a completar nove anos de existência em dezembro, o Novo Mercado de ações da BM&FBovespa já representa pouco mais de um quarto do total de transações no mercado acionário brasileiro. Do total de R$ 1,082 trilhão negociados na bolsa neste ano (acumulados até dia 10 de novembro), R$ 273,4 bilhões correspondiam a negócios com ações registradas nesse segmento.
Das 433 empresas listadas na Bovespa, 102 estão hoje no Novo Mercado, um esforço bem-sucedido de ampliar a transparência e disseminar as boas práticas gerenciais entre as empresas abertas brasileiras, corrigindo erros que durante anos prejudicaram os pequenos acionistas ou os detentores de ações preferenciais (PN, sem direito a voto). Mas apenas 18 empresas do segmento fazem parte do Índice Bovespa, composto por ações de 57 companhias.
O Novo Mercado acabou com as ações preferenciais, só permitindo a existência de ações ordinárias (ON, com direito a voto). Além disso, o tratamento aos minoritários foi igualado ao dos controladores em caso de venda da companhia.
Dessa forma, o segmento ajudou a ampliar a base acionária do mercado brasileiro, trazendo milhares de pequenos e grandes novos investidores. Abriu espaço também para dezenas de novas companhias se capitalizarem com emissão de ações. Empresas como CCR, Natura e Grendene estrearam na bolsa de valores abrindo o capital diretamente no Novo Mercado.
O espaço de negociação de ações da bolsa é dividido em cinco partes: o estágio de entrada em mercado de balcão (Bovespa Mais); outros dois degraus de transparência e boa governança (Níveis 1 e 2); o nível máximo (Novo Mercado); e o pregão tradicional. Das 158 empresas listadas em um dos níveis, a maioria (102) está no Novo Mercado. Na lista se encontram empresas grandes e conhecidas do público como Embraer e Banco do Brasil.
Nos Níveis 1 e 2, as empresas também se comprometem com requisitos de governança corporativa. Mas, diferentemente do Novo Mercado, nos Níveis 1 e 2 as empresas não são obrigadas a ter somente ações ordinárias. Como define a própria bolsa em sua página na internet, o Nível 1 “contempla apenas as regras de transparência e dispersão acionária estabelecidas no Novo Mercado e no Nível 2, com exceção da obrigação de divulgação de demonstrativos financeiros em padrão internacional (IFRS ou US GAAP)”.