O criminalista Antonio Figueiredo Basto, novo advogado do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), afirmou ao blog nesta terça-feira (8) que irá avaliar, neste primeiro momento, se é possível “desarmar” delações contra o senador.
A contratação do advogado, especialista na operação Lava Jato, levantou rumores de que Delcídio estaria aderindo ao instituto de delação premiada, como já fizeram outros clientes defendidos por Basto. Ao blog, o advogado diz que não foi contratado para isso e precisa ponderar outros fatores antes desta possibilidade ser discutida.
“Cheguei hoje no processo, nunca tinha falado com ele, fiz a primeira entrevista e ainda tenho que estudar o processo, entrar nos autos, ver se é o caso de uma colaboração. Nós não estamos nesta definição ainda. A minha entrada no processo não é só por causa da colaboração, mas é pelo conhecimento que eu tenho de toda a Lava Jato”, disse ele.
Segundo o criminalista, é preciso primeiro analisar “se é possível desarmar também outras colaborações que fizeram contra [Delcídio] e o valor delas”. “Falamos principalmente disso. Não se falou sobre a colaboração. Terei uma reunião na quinta-feira com ele de novo. Vamos devagar. Não há proposta. Ninguém está falando em colaboração”, afirmou.
Basto explicou que essa discussão está sendo “precipitada”. “É impossível no primeiro contato eu ter esta possiblidade. Isso demanda muita entrevista, não é uma coisa que se faz da noite para o dia. Acaba demandando um tempo muito grande”. Com vasta experiência em direito criminal, Basto tem entre os seus clientes na Lava Jato o doleiro Alberto Yousseff, peça chave da operação.
Então líder do governo no Senado, Delcídio foi preso há duas semanas acusado de interferir na operação. Gravação obtida pelo blog mostra o senador oferecendo ajuda financeira à família do ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró para que ele não fechasse acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.