Os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G20 irão se reunir a partir de hoje e amanhã perto de Londres para discutir como enfrentar a crise econômica mundial e prevenir outra desastrosa redução no crédito.
Antes da reunião, que será realizada em Horsham, a Casa Branca tentou resolver uma disputa com a Europa sobre qual o melhor caminho a seguir, o incentivo econômico ou a reforma das normas financeiras.
As autoridades de países como Grã-Bretanha, Alemanha, China, Estados Unidos, Japão, Brasil, México e Argentina começam a chegar a Londres hoje.
“Devemos trabalhar juntos, não como um pequeno grupo de economias avançadas, mas globalmente”, disse o ministro britânico das Finanças, Alistair Darling, na pior crise econômica mundial em décadas.
A Grã-Bretanha preside o G20 este ano, que agrupa 19 países emergentes e industrializados, mais a União Européia (UE).
A reunião do sábado irá preparar o encontro de chefes de Estado e de governo do G20 em 2 de abril na capital britânica.
“Os ministros irão discutir padrões reguladores, a necessidade de aprimorar o sistema financeiro e outorgar maior incentivo econômico, além de buscar combater o avanço do protecionismo”, disse o economista Philip Shaw, da Investec Securities.
Washington pressiona seus aliados transatlânticos para que sejam firmes quanto ao incentivo econômico. Entretanto a UE não conseguiu forjar uma frente única, e alguns países, liderados pela França, pressionam a favor de uma reforma integral na regulamentação mundial.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama pediu ontem para os países membros do G20 para fazerem “esforços concretos” para estimular as economias de seus países, mas alertou que a reforma dos financeiros não devem insistir na criação de um novo órgão “superregulador”.
A Casa Branca, que no mês passado aprovou um pacote de incentivo de US$ 787 bilhões, foi pressionada com um gasto maior dos países do G20 para estimular suas economias.
Mas depois de uma reunião dos ministros das Finanças na região do euro esta semana, seu presidente, o primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, rechaçou os chamados dos EUA para injetar mais dinheiro na economia, indicando que essa medida “não serve para nós.”
A Casa Branca informou que Obama que não vai à cúpula do G20 pressionar por um acordo econômico específico, especialmente depois que os países europeus rejeitaram os pedidos dos EUA por mais incentivo econômico direto.
“Não vamos (lá) para negociar alguma percentagem econômica específica ou um compromisso”, disse Robert Gibbs, porta-voz da Casa Branca sobre a reunião do G20 quando questionado sobre a reação européia às propostas dos Estados Unidos.
“O presidente está ansioso para conversar com os líderes sobre uma agenda compartilhada para administrar a crise dentro da qual estamos e para evitar que crises futuras aconteçam.
Profundos desacordos sobre como enfrentar a crise econômica tornam tenso o clima antes da reunião deste final de semana..
Alemanha e França tentam convencer os demais países que o mais importante é reformular as regulamentações financeiras internacionais, enquanto os Estados Unidos insistem na necessidade de aumentar os pacotes de incentivo econômico.
Os EUA propuseram anteontem triplicar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a instituição a combater a instabilidade em países muito afetados pela crise, aumentando para US$ 750 bilhões os atuais US$ 250 bilhões. A proposta, feita pelo secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, supera o pedido do próprio FMI, que reivindicava US$ 250 bilhões em recursos extras. A União Européia (UE) afirmou nesta semana estar disposta a duplicar os recursos do Fundo.