O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava-Jato na 1ª instância, marcou o interrogatório do presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, para as 9h30 do dia 13 de novembro. O executivo é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro referentes a dez contratos da Andrade Gutierrez com a Petrobras.
Otávio Marques de Azevedo está preso desde 19 de junho deste ano. Ele foi detido na Operação Erga Omnes, 14ª fase da Lava-Jato.
Nesta ação penal, a Procuradoria da República utilizou os depoimentos do operador de propinas Mário Góes, que atuava para a diretoria de Serviços da estatal petrolífera durante a gestão do engenheiro Renato Duque, e celebrou acordo de delação premiada com os investigadores da Lava-Jato para revelar o que sabe em troca de benefícios como redução da pena.
Aos investigadores da Lava-Jato, Mário Góes admitiu que utilizava sua empresa de consultoria Riomarine para lavagem de dinheiro referente às propinas direcionadas a Duque e ao ex-gerente de Serviços Pedro Barusco.
Ele admitiu ter utilizado sua offshore PHAD Corporation para firmar contrato de fachada com uma subsidiária da Andrade Gutierrez no exterior. O contrato previa ações de prospecção de negócios na África para a empreiteira, mas segundo Góes foi utilizado para o pagamento de propinas referentes a obras na Petrobrás.
Em maio deste ano, Otávio Azevedo admitiu à Polícia Federal ter se reunido com o lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB na Petrobras. O empreiteiro citou pelo menos cinco encontros com Fernando Baiano em seu escritório. Em uma ocasião, segundo Otávio Azevedo, o lobista lhe pediu doações para o PMDB.
O executivo disse que o pedido “foi prontamente rechaçado”. Ao ser questionado pelos investigadores, contudo, Otávio Azevedo admitiu que manteve “relação institucional” com pelo menos seis políticos do PMDB, incluindo o vice-presidente da República Michel Temer e o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.