A agência de classificação de risco de crédito Moody’s colocou, ontem, os ratings em moeda estrangeira dos bancos brasileiros em revisão para possível elevação. Além disso, colocou em revisão para provável rebaixamento o rating dos depósitos em moeda local de bancos públicos brasileiros.
A vice-presidente sênior do grupo de instituições financeiras da Moody’s, Celina Vansetti, afirmou que o primeiro movimento é consequência da decisão de rever o teto brasileiro para bônus e notas em moeda estrangeira, atualmente em “Baa3”, anunciada na segunda-feira. Os bancos que deverão ter o rating elevado são o ABC Brasil, BBM, BGN, Bradesco, Citibank, BicBanco, Itaú Unibanco, Itaú BBA, Safra, Santander, Sofisa, Votorantim, BES Investimentos, HSBC e ING. Os grandes bancos privados brasileiros têm rating “Ba2” nos depósitos em moeda estrangeira e “Baa3” para a dívida em moeda estrangeira.
Já a decisão de rever para provável rebaixamento os ratings de depósito em moeda local atinge o Banco do Brasil (BB), Nossa Caixa, Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A ação, disse Celina, é consequência da conclusão da agência de que a crise internacional exigiu a redefinição do teto para os depósitos em moeda local. A especialista lembrou que, antes, o teto do depósito em moeda local do governo era a âncora desses ratings, no caso “A1”. Esse conceito pressupunha o suporte que teria um grande banco em caso de debacle. A crise mostrou que, caso o sistema inteiro entre em risco, “o governo pode ter que usar seu próprio balanço, ou seja, recursos fiscais, para salvá-lo”, disse Celina.
Por isso, a Moody’s partiu em busca de um novo referencial que deverá ser, antecipou, mais próximo do rating do governo.
Segundo a Moody’s, dos 37 bancos que classifica atualmente no Brasil apenas os quatro públicos podem ser afetados por essa reavaliação de suporte sistêmico.